Se Leonardo Picciani (RJ) foi reeleito líder da bancada do PMDB, agradeça ao governo Dilma, que fez de tudo para assegurar a vitória. Um alívio para o Planalto, mas que não significa a unidade da bancada na hora do voto. A bancada saiu rachada desta eleição e a articulação política de Dilma terá que aprender a lidar com essa realidade. Dos 37 votos de Picciani, quatro são resultado da estratégia de trazer licenciados e um suplente de volta. Entre eles, Marcelo Castro, que abraçou o desgaste de deixar o Ministério da Saúde em pleno surto de zika vírus. Por outro lado, pior para Dilma seria um representante da oposição, comandando os deputados e indicando os integrantes da comissão especial do impeachment. Isso reforçaria o discurso dos peemedebistas dispostos a desembarcar do governo, além de encher a bola do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Por isso, o Planalto jogou pesado para assegurar Picciani no cargo. E a fatura começará a ser apresentada a partir de hoje.
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Defesa
A bancada do PT na Câmara voltou da reunião com Lula disposta a elevar o tom. Com o discurso afinado na defesa do ex-presidente, parlamentares vão dizer que o caso do sítio será mais uma denúncia sem provas. O deputado Henrique Fontana já solicitou um levantamento de todas as acusações dos últimos 15 anos.
Olheiro
O vice-presidente, Michel Temer, monitorou, do gabinete, a escolha do novo líder do PMDB, mas mandou um olheiro de sua confiança. Esse observador de Temer apostava desde o começo na vitória de Picciani.
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Peleia
Um dos dois votos em branco na escolha do líder do PMDB foi do deputado José Fogaça. Segundo ele, foi um voto de protesto porque nenhuma das correntes representava os interesses do PMDB. A explicação não convenceu o gaúcho Carlos Marun (MS), fiel aliado de Cunha:
– Como é que ele não tomou posição? Foi um voto que envergonha o Rio Grande.
A dúvida
Lula garantiu aos deputados que o sítio não é dele. Só não houve explicação para o fato de empreiteiras terem promovido a reforma no sítio. Foi um presente? Para quem?