O governo francês e a rede de hoteis Sofitel negaram, neste domingo, a possibilidade de um “complô” contra Dominique Strauss-Kahn em maio, em Nova York, após a investigação de um jornalista americano, segundo o qual houve uma tentativa de prejudicar o ex-chefe do FMI, na época favorito para a eleição presidencial de 2012.
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– Li a matéria do jornalista (Edward) Epstein. Mas o que ele diz? Que DSK perdeu seu telefone. O fato de o celular ter sumido não quer dizer que houve um complô – disse o ministro do Interior francês, Claude Guéant, à imprensa.
Em uma matéria investigativa publicada pela revista New York Review of Books, Epstein dá detalhes do que teria acontecido no fatídico dia 14 de maio, no hotel Sofitel de Manhattan, onde Strauss-Kahn foi acusado de ter agredido sexualmente a camareira Nafissatou Diallo. O jornalista afirma ainda que o smartphone de DSK pode ter sido grampeado.
O jornalista afirma que Strauss-Kahn foi advertido por uma amiga nesta mesma manhã de que seu telefone celular provavelmente havia sido grampeado e que uma de suas mensagens particulares havia sido lida na UMP, o partido do presidente Nicolas Sarkozy.
Epstein relata que esse telefone sumiu e nunca mais foi encontrado, e que dois homens do Sofitel teriam comemorado ostensivamente o que se passou com o ex-ministro socialista e ex-diretor do FMI.
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– Tudo isso é fantasmagórico e considero que é algo extraordinário (…) Eu digo que se há alguém que acredita que houve um complô, que apresente uma queixa ante a justiça e acabemos com as suposições e rumores – disse Gueant.
Em uma entrevista concedida à AFP no sábado, Eptein se disse convencido de que houve uma tentativa para “fazer fracassar” a candidatura de Dominique Strauss-Kahn à presidência, mas o jornalista não quis classificar o que houve como um “complô político” totalmente montado.
Sofitel dá explicações sobre o caso do ex-diretor do FMI
A rede de hoteis Sofitel, por sua vez, publicou também neste domingo uma declaração sobre a investigação do jornalista americano.
O artigo publicado no New York Review of Books afirma que dois empregados do Sofitel teriam sido filmados por câmeras de vigilância do hotel “felicitando-se durante três minutos”. “Na realidade, o momento de celebração dos dois funcionários durou 8 segundos, sem que nenhum ‘extraordinário baile festivo’ tenha sido constatado”, disse a rede de hoteis de luxo.
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Epstein questionou em seu artigo o por que dessa comemoração, que, segundo ele, foi realizada por um chefe dos serviços técnicos do hotel, que havia acabado de ouvir as acusações da camareira Nafissatou Diallo sobre o abuso sexual cometido por Dominique Strauss-Kahn, e outro homem não identificado.
O jornalista afirma que a camareira entrou várias vezes no quarto 2820, situado no mesmo piso que o quarto de Strauss-Kahn, antes e depois da relação sexual com o ex-diretor do FMI. Epstein cogita a possível presença de outras pessoas neste quarto e traz questões sobre quem seriam essas pessoas e o que faziam ali.
Segundo o Sofitel, o registro do referido quarto indica que o cliente que o alugou fez o pagamento às 11h36min e que a camareira limpou o local logo depois.