O governo federal liberou nesta terça-feira o crédito de recursos para continuação da obra de macrodrenagem no rio Mathias, em Joinville. De acordo com a Prefeitura de Joinville, o valor a ser repassado será de R$ 1,7 milhão. Apesar do atraso no pagamento ao consórcio contratado ser de R$ 2,2 milhões, as obras não devem ser interrompidas. O restante da quantia deve ser liberado no decorrer da obra. Os trabalhos se iniciaram em outubro de 2015, na foz do rio com o Cachoeira.

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Para o titular da Secretaria de Infraestrutura Urbana (Seinfra), Romualdo França, há dificuldades da União em repassar os valores ao município, mas a situação não deverá causar a paralisação das obras. A implantação da macrodrenagem consiste na instalação de novas galerias — que tem quatro metros de largura por dois metros de profundidade — ao longo do rio Mathias para a contenção das cheias. A instalação dessas galerias tem sido feita por trechos. Neste momento, a parte que vai da rua Otto Boehm — da rua Fernando de Noronha até a esquina com a Aquidaban — está sendo finalizada. Na manhã desta terça-feira, pedras-rachão foram distribuídas ao longo da via. O próximo passo é a camada asfáltica, que deve ser colocada nos próximos dias.

— A obra é a céu aberto e fica à mercê de intempéries. O mês de abril, por exemplo, foi de muita chuva, e isso contribui para alterações no calendário. Mas se o tempo ajudar, o asfalto no trecho da Otto Boehm deve ser concluído em breve — afirma.

A pavimentação da via é uma constante reclamação por parte dos moradores e comerciantes. A comerciante Ana Carolina de Oliveira tem uma pet shop quase na esquina com a rua Aquidaban. A obra ocasionou uma baixa no movimento. Segundo ela, os clientes não conseguiam chegar até o local por causa do estado precário da rua e acabavam procurando outros lugares.

— Mesmo que o meu tipo de negócio tenha um público bem fiel, o movimento aqui baixou cerca de 30%. O problema não é a obra, nós sabemos que é para a melhoria. O transtorno é o tempo que demoraram para finalizar — assegura.

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Outros comércios da região viram o público minguar ao longo das obras de macrodrenagem na rua Otto Boehm. Desde o acesso da rua Expedicionário Holz, apenas é permitido o trânsito local para moradores da região. Um lojista, que não quis se identificar, contabilizou uma queda de 60% nas vendas durante os meses de janeiro e fevereiro. Com o asfalto, os donos de estabelecimentos esperam que o movimento volte ao normal e, desta forma, consigam diminuir o prejuízo acumulado ao longo dos meses. O aposentado Paulo Sales, 78 anos, reside no prédio em frente do local onde os caminhões começaram a despejar as pedras para preparar asfalto. O morador conta que por muito tempo ele e os vizinhos sofreram com os efeitos das obras. A conclusão é vista com muita expectativa por ele.

— Isso (a obra) nos causou muitos transtornos. Hoje circulamos normalmente, mas antes era muito buraco, poça de água. Com este asfalto, vai ficar muito bom para nós, moradores — completa.

Término previsto para 2018

De acordo com Romualdo França, após a finalização da camada asfáltica neste trecho da Otto Boehm, novas galerias serão implantadas em outra parte da via – no espaço entre as ruas Aquidaban e Euzébio de Queiroz. Depois das galerias, a rua será novamente pavimentada.

— Tão logo seja concluída essa parte da Otto Boehm, daremos prosseguimento a outros trechos que ainda faltam. A conclusão deve ocorrer na praça Dario Salles.

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O prazo para finalização da obra completa de macrodrenagem do rio Mathias é dezembro de 2018, segundo a Prefeitura de Joinville.

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A macrodrenagem

Iniciada em outubro de 2015 na foz do rio Mathias com o rio Cachoeira, em frente à Prefeitura, a obra de macrodrenagem contempla intervenções de drenagem pluvial nas ruas Euzébio de Queiroz, Otto Boehm, Fernando de Noronha, Jacob Eisenhuth, Visconde de Taunay, Pedro Lobo, Jacob Richlin, do Príncipe e Jerônimo Coelho.

Faz parte da obra também a construção de alas e comportas, de muro de proteção no rio Cachoeira, de galerias de condução e conduto forçado e de galeria de detenção. As obras estão orçadas em R$ 45.872.405,22, com recursos da Caixa Econômica Federal.

Para evitar as cheias causadas pela maré do rio Cachoeira, será implantado um sistema de contenção e escoamento do rio Mathias: o muro de proteção entre as ruas Princesa Isabel e Cachoeira, impedindo que as águas do rio Cachoeira retornem à bacia do rio Mathias, e as comportas flap, no encontro entre os rios Mathias e Cachoeira. Toda a obra tem previsão de ser finalizada em 2018.

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