A campanha publicitária de prevenção à aids, que o governo federal prepara para o Carnaval 2010, terá como foco principal mulheres de 13 a 19 anos e jovens gays, de 13 a 24 anos. Segundo pesquisa do Ministério da Saúde, estes são os dois grupos mais vulneráveis ao contágio pelo vírus HIV.
Continua depois da publicidade
Lançada no sábado pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, a campanha tem como slogan “Camisinha. Com amor, paixão ou só sexo mesmo. Use sempre”.
Dois momentos
Pela primeira vez em seus 10 anos de existência, a campanha terá dois momentos. No primeiro, veiculado uma semana antes dos dias de folia, as peças tratam do uso da camisinha.
Na semana seguinte ao Carnaval, outros materiais falarão sobre a importância de se fazer o teste de HIV quando se viveu alguma situação de risco.
Continua depois da publicidade
São três vídeos: um para as meninas, um para os jovens gays e o outro (a ser veiculado no período pós-carnaval) de incentivo à realização do teste de HIV. Em todos eles a protagonista é uma camisinha falante que alerta os jovens para o uso do preservativo, narrada na voz da atriz Luana Piovani, que aderiu à campanha e não cobrou cachê.
Os números mais recentes da aids no Brasil mostram que na população geral, a maior parte dos casos está entre os homens e, entre eles, a principal forma de transmissão é a heterossexual.
Considerando somente a faixa etária dos 13 aos 24 anos, a realidade é outra. Na faixa etária de 13 a 19 anos, a maior parte dos registros da doença está entre as mulheres.
Entre os jovens de 20 a 24 anos, os casos se dividem de forma equilibrada entre os dois gêneros. Para os homens dos 13 aos 24 anos, a principal forma de transmissão é a homossexual.
Continua depois da publicidade
Aumento da doença entre mulheres
De acordo com o Ministério da Saúde, diversos fatores explicam a maior vulnerabilidade dos jovens à contaminação por HIV. Entre as meninas, as relações desiguais de gênero e o não reconhecimento de seus direitos, incluindo a legitimidade do exercício da sexualidade, são algumas dessas razões.
– No caso dos jovens gays, falar sobre a sexualidade é ainda mais difícil do que entre os heterossexuais. Eles sofrem preconceito na escola e, muitas vezes, na família. Isso faz com que baixem a guarda na hora de se prevenir – explica Mariângela Simão, diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
Entre as mulheres, o aumento de casos da doença ocorreu em todas as faixas etárias. Em 1986, a razão era de 15 casos de Aids em homens para cada caso em mulheres, e a partir de 2002, a correlação passou de 15 casos em homens para cada 10 em mulheres.
Na faixa etária de 13 a 19 anos, o número de casos de Aids é maior entre as mulheres jovens. A inversão apresenta-se desde 1998, com oito casos em meninos para cada 10 casos em meninas.
Continua depois da publicidade
Assista aos vídeos:
Casal gay
Casal heterossexual
Faça o teste