O governo federal vai auxiliar agroindústrias e produtores em dificuldades em virtude da crise do milho, provocada pela escassez e alto custo do produto no Sul. A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, anunciou na tarde desta sexta-feira, em Chapecó, que o Conselho de Política Monetária aprovou algumas das propostas discutidas na semana passada, entre lideranças do setor e do Governo.

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Uma das medidas aprovadas é o aumento do limite de financiamento de R$ 70 mil para R$ 150 mil por produtor integrado. O juro dessa operação caiu de 15 a 20% em média para 5% ao ano. Além disso as agroindústrias terão prioridade na devolução do crédito tributário de PIS e Cofins.

Normalmente esse crédito demora meses para ser devolvido até o cálculo da tributação. Com a prioridade da Receita Federal liberando o pagamento antes as empresas terão recurso para capital de giro. Três empresas catarinenses já estão na lista prioritária: Globoaves, Agrovêneto e Tramonto.

Outra medida que será discutida na próxima terça-feira, no Ministério da Fazenda, é a edição de uma Medida Provisória que autorize a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a comprar milho no Paraná acima do preço mínimo de R$ 17,46 e ofertá-lo em Santa Catarina.

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Mesmo com valores acima do mínimo, que é praticado no Centro-Oeste, ele chegaria em Santa Catarina por cerca de R$ 25, menos que os atuais R$ 32. Outras 30 mil toneladas estão sendo transportadas para o estado para os pequenos criadores e devem ser ofertadas pela Conab.

O alto custo do milho tem levado agroindústrias catarinenses a reduzir abates e demitir funcionários. Outras, como a Bondio, optou por arrendar a unidade de Guatambu para a Aurora Alimentos.

De acordo com o diretor executivo da Associação Catarinense de Avicultura e do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados de Santa Catarina, Ricardo Gouvêa, pelo menos oito empresas do estado enfrentam dificuldade de caixa.

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– Essas medidas do governo federal ajudam muito – afirmou Gouvêa.

O secretário de Agricultura do Estado, João Rodrigues, reconheceu que o anúncio da ministra Ideli atende à necessidade de Santa Catarina mas pediu agilidade na questão da compra do milho pela Conab.