Bruno B. Soraggi

O Ministério da Saúde estuda enviar aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) para trazer da China equipamentos médicos a serem usados na prevenção e no tratamento do coronavírus no Brasil. O uso de aeronaves do governo seria uma das três estratégias consideradas pela pasta para a retirada de itens importados.

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– Com a retomada da produção na China, a expectativa é a normalização futura da oferta dos equipamentos, a adequação dos preços e a retomada da compra descentralizada. Para a retirada desses produtos adquiridos pela pasta estão sendo analisadas três estratégias: a utilização de voos comerciais regulares que têm se mostrado difícil devido à diminuição de voos, a contratação de aviões cargueiros e o envio de aeronaves da FAB – informou o ministério brasileiro.

Os Estados Unidos também enviarão 23 aviões para voltar com toneladas de equipamentos e produtos hospitalares da China. A notícia acendeu luz amarela em especialistas brasileiros que tentam comprar insumos de empresas do país asiático.

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A notícia mostra que vamos ter sérios problemas de abastecimento. O capitalismo selvagem vai se impor. Cada país vai querer se proteger.

afirmou o médico Carlos Morel, ex-presidente da Fiocruz que hoje negocia com empresas do país asiático a importação de insumos para a fundação, vinculada ao Ministério da Saúde, e outros para órgãos do país.

Morel ainda afirma que "a pressão sobre as empresas chinesas está no nível máximo" e os preços dos insumos médicos estão aumentando freneticamente: "Sobem de um dia para o outro".

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Morel diz que as companhias chinesas já começaram a avisar que muitos equipamentos, como leitos hospitalares, só poderão ser entregues em junho. Os vôos ordenados pela Casa Branca para a China foram noticiados pelo The New York Times. O jornal diz que o primeiro avião trouxe 80 toneladas de mercadorias, como 10 milhões de luvas, 1,8 milhão de máscaras, aventais e "milhares de termômetros".