As autoridades catarinenses decidiram silenciar sobre a manifestação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em torno do contingente da Força Nacional de Segurança ofertado para o combate à segunda onda de atentados no Estado, que no fim de semana voltou a registrar ataques.
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O ministro disse ao Jornal Nacional, no sábado, que disponibilizou quantos homens fossem necessários para atuar contra os criminosos.
A declaração contradisse o governador Raimundo Colombo, que ao mesmo programa, na sexta-feira, afirmou não ter aceitado o reforço da Força porque teriam sido oferecidos cem homens, número pequeno perto do efetivo da polícia catarinense.
No domingo, Colombo não quis se manifestar a respeito. Ele passou o dia em Lages, visitando a mãe. À tarde, o governador chegou a atender a reportagem pelo celular, quando falou que retornaria a ligação em 30 minutos.
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Cerca de 15 minutos depois, a sua assessoria de comunicação ligou para dizer que Colombo não daria entrevista.
A assessoria informou que o governador confia no trabalho das polícias Militar e Civil, e está atuando em conjunto com a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O secretário de Segurança Pública, César Grubba, também foi procurado, mas não atendeu a nenhuma das várias ligações feitas à tarde ao seu telefone celular. A sua assessoria de comunicação também não deu retorno.
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O governo informou que os processos para as transferências dos 20 presos a prisões federais no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) estão praticamente concluídos, dando a entender que elas dependeriam apenas de decisão judicial para serem concretizadas.
As autoridades não revelam nomes, datas nem os lugares para que os criminosos irão. O diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap), Leandro Lima, em entrevista à RBS TV domingo à tarde antes de entrar no cinema, confirmou que as 20 transferências vão ocorrer, mas não deu detalhes.
Paralelamente à movimentação estadual, familiares de presos se organizam entre si e com advogados para tentar evitar as remoções.
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Por enquanto, as mais comuns tem sido da Penitenciária de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, onde estão os líderes da facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC), para a Penitenciária Sul, em Criciúma.