O governo espanhol pediu, neste domingo (1º), às autoridades separatistas da Catalunha que ponham fim à “farsa” do referendo de autodeterminação.

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— Continuar esta farsa não tem qualquer sentido, não leva a lugar algum. Deveriam pôr fim a ela imediatamente — disse a vice-presidente do governo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, em mensagem ao presidente catalão, o separatista Carles Puigdemont, e a sua equipe. — A Generalitat (órgão regional de governo) se comportou com uma absoluta irresponsabilidade, pretendendo que a lei e a Justiça fossem invalidadas na Catalunha e, com elas, a democracia — acrescentou.

Em crítica ao líder catalão, a vice-presidente fez um paralelo com a ditadura franquista (1939-1975).

— Não sei o que viveu em sua vida o senhor Puigdemont, mas a democracia espanhola não funciona assim. Há muito tempo que nos livramos de uma ditadura e de que tivesse um senhor que dizia que sua palavra é lei — completou.

No mesmo tom, o ministro espanhol do Interior, Juan Ignacio Zoido, já havia pedido a Puigdemont e a sua equipe “que recuassem em sua atitude de uma vez por todas”. Em declarações mais cedo, o delegado do governo espanhol na Catalunha, Enric Millo, também pediu às autoridades separatistas que ponham fim à “farsa” do referendo.

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— O presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, e sua equipe são os únicos responsáveis por tudo que aconteceu ontem e por tudo que poderá acontecer, se não puserem fim a essa farsa — declarou Millo, em entrevista coletiva.

Millo anunciou que a polícia catalã solicitou ajuda às forças do Estado em 233 postos de votação. A ofensiva policial contra os manifestantes decididos a votar já deixou centenas de feridos. De acordo com testemunhas, os agentes chegaram a atirar com balas de borracha.

Os serviços de saúde do governo regional catalão relataram pelo menos 92 feridos, mas um porta-voz dos serviços de saúde disse que 465 pessoas foram atendidas em hospitais e centros médicos. Entre elas, há dois gravemente feridos, um atingido no olho, e outro vítima de um infarto durante a ação policial em Lérida, a 150 quilômetros de Barcelona.

Pelo menos nove agentes da Polícia Nacional e três da Guarda Civil também teriam ficado feridos, “quando cumpriam as ordens da Justiça”, tuitou o Ministério do Interior, acrescentando que os agentes foram agredidos com pedras.

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