A oposição síria e a delegação do governo de Damasco transmitiram à ONU “documentos” para uma resolução política do conflito – anunciou o enviado especial da organização para o país, Staffan de Mistura, nesta terça-feira.
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“Tive o documento do governo” na segunda-feira, durante o encontro com o negociador-chefe de Damasco, o embaixador da Síria na ONU, Bashar al-Jaafari, disse De Mistura em entrevista coletiva.
O enviado da ONU acrescentou que a delegação da oposição síria apresentou seu próprio “documento” nesta terça, mas não revelou seu conteúdo.
“Trocamos ‘documentos’, mas também ideias para tentar ir mais além, em profundidade, sobre a questão do processo de transição no decorrer do próximo encontro”, afirmou.
A integrante do Alto Comitê das Negociações (HCN, de oposição) Bassma Kodmani declarou que o “documento” entregue por sua delegação inclui uma série de “princípios que deveriam guiar o processo de transição”.
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Kodmani disse ainda que a oposição pediu a criação de um “mecanismo” dedicado à questão dos detidos, “porque não temos nenhum resultado sobre esse tema”.
De Mistura confirmou a falta de avanço sobre isso.
A delegação do HCN também convidou o enviado especial da ONU a trabalhar mais para permitir aos trabalhadores humanitários estender sua ação às regiões de difícil acesso, como a de Daraya. Esta localidade rebelde fica perto de Damasco e se encontra sitiada pelo Exército do governo.
De Mistura ressaltou que, no início de sua conversa com a oposição, um minuto de silêncio foi feito em homenagem às vítimas deste conflito, que entrou em seu sexto ano nesta terça-feira.
“Deveríamos ter ficado, na verdade, 300.000 minutos em silêncio”, declarou, referindo-se ao balanço de mortos registrado pela ONU até o momento.
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Hoje, a oposição síria declarou estar pronta para participar de negociações “diretas”, ou seja, na mesma sala que os representantes do governo, caso o diálogo de paz em Genebra avance.
Atualmente, as discussões acontecem “por proximidade”. Neste formato, as delegações do governo e da oposição se sucedem, uma à outra, no Palácio das Nações de Genebra, para se reunir com o enviado da ONU.
Segundo De Mistura, o encontro com os representantes do governo acontece nesta quarta de manhã.
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