O governo e a oposição na Nicarágua esperam continuar dialogando neste sábado para avançar na discussão sobre a democratização do país, após alcançar um acordo para convidar organismos internacionais para investigar a deterioração da situação dos direitos humanos.

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No diálogo mediado pela Igreja católica em Manágua, as partes concordaram na véspera em convidar a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos e a União Europeia para observar a situação de violência e repressão que já deixou 170 mortos em quase dois meses de protestos.

Eles também concordaram em criar uma comissão que vai se encarregar de analisar como dar fim aos bloqueios que os manifestantes instalaram nas principais estradas do país para pressionar o governo de Daniel Ortega a deixar o poder.

“Neste sábado 16 tem início a discussão sobre a rota de democratização”, escreveu no Twitter o bispo auxiliar de Manágua, Silvio Baéz, participante do diálogo.

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Entre as propostas de democratização formuladas pelos bispos está o adiantamento das eleições de 2021 para março de 2019.

O plano inclui trabalhar na separação dos quatro poderes do Estado, atualmente controlados por aliados de Ortega, sobretudo o Conselho Supremo Eleitoral.

Os bispos propõem que as reformas constitucionais necessárias para adiantar o pleito entrem em vigor neste ano e que elas proíbam a reeleição presidencial, para impedir uma nova candidatura de Ortega, no poder desde 2007.

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“Reiteramos, como expressamos a todo momento, nossa plena disposição de escutar todas as propostas e iniciativas dentro de um âmbito constitucional”, afirmou o mandatário.

* AFP