Nesta terça-feira, o governo federal assinou um novo acordo com a indústria, que durará mais cinco anos, até 2022. O documento estabelece a mesma meta de retirar 28,5 mil toneladas de sódio de produtos. A primeira categoria a entrar no novo acordo são as massas instantâneas, os pães de forma e as bisnaguinhas.

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Essa categoria foi analisada na primeira etapa do acordo firmado em 2011, a única que apresentou número inferior ao divulgado nesta terça-feira. A redução nestes alimentos foi de 1,8 mil toneladas de sal. Agora, a intenção é que haja uma redução ainda maior nos produtos que são amplamente consumidos pelos brasileiros.

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados, Cláudio Zanão, disse que o esforço será mudar a reformulação dos produtos, sem alterá-lo.

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— Não podemos descaracterizar os produtos. Não esqueçam da expressão “comida de hospital”. Ninguém vai comer se perder as características — disse.

Fim do refil de refrigerante

Além do acordo com a indústria de alimentos, o Ministério da Saúde trabalha com outras frentes para reduzir o consumo de sal. Uma delas é proibir a venda de refrigerantes refil. Segundo o ministro da Saúde, Ricardo Barros, pelo menos 1 mil lojas de fast food e outras redes de restaurante oferecem refis aos clientes. A pasta tenta negociar o fim do refil diretamente com o setor. Segundo ele, há um aumento de 30% no consumo quando se compram refis.

— Isso vai contra a nossa meta que estamos estabelecendo para a nutrição — disse.

Outras iniciativas que estão sendo negociadas é um rótulo que traga alerta para o teor de sódio e açúcar nos alimentos e a inclusão de um dosador em todos os pacotes de sal.

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— Com o dosador será possível recomendar as quantidades específicas nas receitas caseiras. Cada pessoa deverá ter a capacidade de controlar. Quando se fala em uma colher de chá, pode ser uma cheia ou mais rasa. Com o dosador, a medida será padrão — acrescentou Zanão.

O ministério negocia diretamente com os setores cabíveis para que as providências sejam tomadas, mas o ministro afirmou que não descarta que isso seja feito por projeto de lei.

Consumo de sal

O brasileiro consome atualmente 12 gramas de sódio por dia, mais que o dobro do máximo sugerido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é 5 gramas. O ministro ressaltou que o consumo de sal em excesso pode levar a doenças crônicas como hipertensão, diabetes e obesidade. Essas doenças, junto com doenças cardiovasculares, respiratórias e câncer respondem por 72% dos óbitos no país.

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