Nesta terça-feira (11), o governador Raimundo Colombo anunciou que, pela 11ª vez consecutiva, haverá antecipação de 50% do 13º salário aos mais de 155 mil servidores estaduais, ativos e inativos. No próximo dia 27, R$ 398 milhões entrarão na economia catarinense em cenário de crise. Como já é hábito do governo, talvez o fato de manter a antecipação não seja visto como um grande feito. Mas, se olharmos para o lado, veremos que é uma vitória e tanto. Somando esse valor às folhas de pagamento dos meses de junho e julho, estamos falando de R$2,35 bilhões somente em salários.

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Outros Estados ainda estão parcelando o 13º do ano passado ou mantêm somente as folhas da Segurança e da Educação pagas em dia, com todas as demais categorias com salário parcelado e/ou atrasado.

Importante destacar que em 21 Estados houve aumento de imposto. Em Santa Catarina, não sem sacrifício, conseguimos sobreviver até aqui sem lançar mão desse recurso. Pessoalmente, tenho convicção de que não aumentar impostos não é questão de generosidade, mas de inteligência. Muitos Estados recorreram a essa receita extra, mas continuam quebrados. E levarão ainda mais tempo para se recuperar, infelizmente. Empresas deixarão de investir por conta disso, empregos serão sacrificados.

É preciso ter em mente que contribuintes e governos estão do mesmo lado quando se trata de tributos. Por isso, nossa filosofia de trabalho é estender tapete vermelho para quem gera emprego, renda e tributos para o Estado. Se sentimos a crise de forma menos dramática do que nossos vizinhos, é por conta dessa parceria: o governo não repassa a conta da crise ao contribuinte e este responde com mais investimentos.

Para pagar os salários dos servidores em dia, o governo depende de uma economia forte. E tenho plena consciência de que a situação quase privilegiada de Santa+ Catarina foi construída em parceria entre os setores público e privado. No mínimo, um não pode atrapalhar o outro.

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A recuperação total da nossa economia ainda deve levar um bom tempo, mas a curva está mudando e é ascendente. Nosso próximo desafio é redimensionar o tamanho do poder público.

*Almir Gorges é Secretário de Estado da Fazenda

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