Em nota publicada no final da tarde desta quarta-feira, o governo do Paraná lamentou os episódios de violência ocorridos hoje em frente à Assembleia Legislativa do Estado e atribuiu o confronto ao “radicalismo” e à “irracionalidade” de “manifestantes estranhos ao movimento dos servidores estaduais”.
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Violência deixou mais de 200 pessoas machucadas na cidade
Professores em greve e policiais militares entraram em confronto com a polícia em Curitiba por volta das 15h, no Centro Cívico, em frente à Assembleia, quando os deputados estaduais deram início à sessão para votar um projeto de lei (PL) que altera a previdência estadual. Foram mais de 200 feridos, alguns com gravidade.
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Os professores, que estão acampados desde segunda-feira no local, teriam tentado romper o perímetro de segurança que a Polícia Militar (PM) traçou em torno da Assembleia Legislativa. A PM reagiu com bombas de gás, balas de borracha e jatos de água. Os manifestantes recuaram, mas os policiais continuaram jogando bombas de efeito moral. Confira, abaixo, a nota do governo na íntegra.
“O governo do Paraná lamenta profundamente os atos de confronto, agressão e vandalismo provocados na tarde desta quarta-feira por manifestantes estranhos ao movimento dos servidores estaduais que estavam concentrados em frente à Assembleia Legislativa.
As reiteradas tentativas desses manifestantes de invadir o espaço do Parlamento Estadual culminaram com a ação de defesa das forças policiais, destacadas para cumprir a ordem judicial de proteção à Assembleia e ao seu livre exercício democrático. O radicalismo e a irracionalidade de pessoas mascaradas e armadas com pedras, bombas de artifício, paus e barras de ferro, utilizados contra os policiais, são responsáveis diretos pelo confronto que se instalou na Praça Nossa Senhora de Salete.
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Lamentavelmente, policiais e manifestantes saíram feridos. Sete pessoas foram detidas por envolvimento direto nos ataques aos policiais. E a investigação sobre os atos protagonizados por pessoas ligadas ao movimento black-bloc já está em curso, sob responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária.”

Crédito: Maurilio Cheli / SMCS
Prefeitura é esvaziada após pancadaria
Segundo o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, informou pelo Twitter, a prefeitura foi evacuada para atender aos feridos, que também estão recebendo os primeiros socorros no Tribunal de Justiça. Seis escolas que ficam na região suspenderam as aulas. “Parece uma praça de guerra!”, escreveu Fruet na rede social.
O Sindicato dos Professores do Paraná estava transmitindo o protesto pela internet do caminhão de som, mas o veículo foi rebocado pela polícia. Agora, as informações dos representantes dos professores são transmitidas apenas pelo Facebook.
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A sessão foi interrompida por cerca de 10 minutos e retomada mesmo com o barulho de bombas e gritos do lado de fora.
O projeto de lei em votação na Assembleia Legislativa foi encaminhado pelo Executivo para alterar a previdência estadual. O governo paranaense quer tirar 33 mil aposentados com mais de 73 anos do Fundo Financeiro, sustentado pelo Tesouro estadual e que está deficitário, e transferi-los para o Fundo de Previdência estadual, pago pelos servidores e pelo governo, que está superavitário.
* Zero Hora, com agências