Cinco anos após começar a ser erguido, o Complexo Emergencial Ulysses Guimarães, anexo ao Hospital Municipal São José, em Joinville, enfim vai poder ganhar cara de ambiente hospitalar, com a garantia de recursos para equipamentos e leitos. Prometido há um ano e cinco meses, o cabeamento subterrâneo da rede elétrica do Centro também poderá começar nos próximos meses.

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O dinheiro necessário a estas duas ações – R$ 20,2 milhões, sendo R$ 16 milhões para o complexo e R$ 6,2 mi para o cabeamento – será garantido na manhã de hoje pelo governo do Estado.

A partir das 10h30, o governador Raimundo Colombo, acompanhado pelo secretário de Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, assina os dois convênios na sede da Prefeitura de Joinville.

A vinda de Colombo começou a ser costurada pelo prefeito Udo Döhler após conversa com a Celesc em janeiro e após o prefeito declarar que o município abriria mão de sediar os Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) em troca de recursos para o Complexo Emergencial, em fevereiro.

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Os recursos que serão liberados hoje não têm a ver com o Pacto por SC, detalhados em reportagem ontem. O dinheiro para o São José vem de recursos próprios do Estado. As verbas são a fundo perdido, ou seja, não precisam ser pagas pela Prefeitura como em em préstimos e financiamentos.

– Os convênios atendem à necessidade de ampliação de leitos hospitalares na cidade e uma reivindicação do comércio no Centro -, diz o prefeito.

A liberação do dinheiro para o complexo será feita em quatro partes: R$ 7,4 milhões para 29 leitos de UTI e 26 de observação 24 horas; R$ 2,8 milhões para quatro salas cirúrgicas; R$ 2,2 milhões para climatização e R$ 1,62 milhão para o término do pronto-socorro, que já funciona nas dependências do prédio. O secretário municipal de Saúde, Armando Dias, estima que, se não ocorrerem atrasos nas licitações, ao Complexo pode estar equipado até fim do ano ou no início de 2014.

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O cabeamento subterrâneo vai cobrir cinco ruas, sendo duas principais – 9 de Março e do Príncipe. O processo é semelhante ao que ocorreu na Via Gastronômica. Serão abertas valas para passar dutos e, depois, a fiação dos postes é transferifa para as novas estruturas. O prazo de conclusão é de um ano. Os projetos elétricos estão prontos e a licitação que vai escolher a empresa que fará a obra deve ser lançada nas próximas semanas.

Promessa é ter mais leitos

O anúncio do dinheiro para o Hospital São José e para o cabeamento subterrâneo é motivo de comemoração e também de um certo alívio para setores da saúde e do comércio. O Complexo Ulysses Guimarães é uma odisseia: iniciado em 2004, após anos de idealização, teve sua primeira parte (hoje pronto-socorro) prometida para 2005, mas foi concluída só em 2008. A entrega do restante da obra, prevista para o mesmo ano, estende-se até os dias atuais.

A obra é reivindicada principalmente por ampliar os leitos de UTI da cidade. Hoje, a cidade tem 34 leitos deste tipo, 14 deles no São José e 20 no Hospital Regional Hans Dieter Schmidt. Com os 29 novos leitos no complexo, a capacidade quase dobra. Ainda faltariam 11 leitos para chegar ao número considerado ideal por especialistas e gestores da área, mas não deixa de ser um avanço, principalmente após a morte de um pedreiro por problemas cardíacos, no início do ano, por falta de vaga de UTI nos hospitais públicos, o que despertou alerta para esta deficiência na região.

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Mais recentemente, a fiação subterrânea no Centro de Joinville é prometida desde 2011 pelo Estado e reivindicada pela Câmara de Dirigentes Lojistas. Após várias cobranças do município e comerciantes, o dinheiro para a obra é uma esperança de que ela, enfim, aconteça. O cabeamento é o segundo a ser feito na cidade, depois da Via Gastronômica, onde já foi executado, também com entraves durante as obras.

Mais pedidos ao governo

A vontade do prefeito Udo Döhler era levar o governador hoje para ver obras viárias em execução (asfaltamento da Tuiuti e da Minas Gerais) e que enfrentam entraves em Joinville (avenida Santos Dumont e binário do Vila Nova). A ideia era sensibilizar o governador para liberar mais dinheiro para pavimentações e para pagar desapropriações que complicam obras que já foram autorizadas.

No entanto, a agenda de Colombo desta sexta-feira não permitiu a peregrinação.

Na rua Tuiuti, no bairro Aventureiro, e na Minas Gerais, no bairro Morro do Meio, que tiveram ordem de serviço liberadas neste ano, as obras estão em fase de drenagem e outros trabalhos iniciais. O binário do Vila Nova está em ritmo lento por causa da necessidade de desapropriar terrenos no trecho inicial da rua 15 de Novembro, perto do viaduto com a BR-101. Udo sugeriu convênio para que o Estado ficasse responsável pelas indenizações, mas até agora não houve resposta.

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A Santos Dumont vem sendo acompanhada de perto pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do município. O trecho entre a Tuiuti e o Aeroporto de Joinville é o mais próximo de ter obras efetivas. Da Tuiuti até a Dona Francisca, a necessidade de desapropriações também é um entrave para que moradores vejam máquinas na pista. Udo tem sugerido até a estadualização temporária das vias, já que a Prefeitura não tem dinheiro para as desapropriações, mas a proposta também não teve avanços.