Quase metade das mortes violentas registradas em Florianópolis em 2017 aconteceu no norte da Ilha. Os dados foram divulgados sexta-feira pela Secretaria do Estado da Segurança Pública e revelam a mancha criminal das 101 mortes violentas registradas desde o começo do ano na cidade.

Continua depois da publicidade

Só a região dos Ingleses soma 11 homicídios e uma morte em confronto com a polícia. O bairro abriga a favela do Siri, foco de frequente ação policial contra o tráfico de drogas. Outro bairro do norte da Ilha, a Vargem do Bom Jesus, soma mais nove assassinatos, além de três mortes por confronto policial. Lá, policiais e bandidos trocaram tiros na noite da última segunda-feira, quando um jovem de 21 anos foi morto a bala na comunidade da Vila União.

A favela da Papaquara, que ganhou as atenções do Estado após o assassinato da turista gaúcha Daniela Scotto de Oliveira Soares, na noite do Réveillon, é localizada na Vargem do Grande, também no norte da Ilha, onde outras duas mortes foram confirmadas na última quarta-feira.

A segunda maior concentração de mortes em Florianópolis é no continente, onde houve 26 registros desde o começo do ano. O bairro Monte Cristo, que reúne as comunidades Chico Mendes e Novo Horizonte, foi cenário de metade dos casos na área continental, liderando as estatísticas da Capital.

Investigações apontam que as duas comunidades estão no centro de uma disputa territorial entre facções rivais. O enfrentamento é marcado pela violência de grupos armados e tem sido alvo de inquéritos policiais específicos para apurar a atuação de organizações criminosas.

Continua depois da publicidade

Bairros da região central também somam 22 mortes desde janeiro, enquanto o sul da Ilha contabiliza quatro casos e a área Leste, apenas um. Conforme o DC mostrou na edição de quinta-feira, os 101 assassinatos já representam um recorde histórico negativo em Florianópolis. Não há notícia de outro período marcado por tamanha violência como os últimos seis meses.

A proporção de mortes no semestre supera o ano passado inteiro, quando Florianópolis teve 91 homicídios até dezembro. A conta considera casos de assassinato, mortes em confronto com a polícia, latrocínios e também as lesões corporais seguidas de morte.

No dia seguinte ao registro da 101ª morte violenta em Florianópolis, a prefeitura e o governo do Estado, por meio da Secretaria de Segurança Pública, fizeram promessas de ações para frear o crescimento dos assassinatos. Entre as iniciativas estão a criação de um plano municipal de segurança e a formação de uma força-tarefa por parte do Estado.