Livros com recomendações aos servidores para que leiam a Bíblia foram distribuídos na Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os servidores da corporação relataram à GloboNews incômodo com a atitude, avaliando que o governo não deveria misturar trabalho com religião.As informações são do g1.

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A PRF foi procurada pela equipe da GloboNews, que afirma que não registrou queixas na Ouvidoria sobre a distribuição dos livros.

O Ministério da Justiça justifica a distribuição dos livros à “atenção à saúde integral dos policiais” em razão do estresse da atividade. A pasta referendou ações para estimular a religiosidade em encontros e a partir da distribuição de livros e gestores.

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A GloboNews teve acesso aos documentos do “projeto de fé” do governo. Segundo orientações, os livros devem ser distribuídos para todas as superintêndencias estaduais da PRF, recomendando afazeres como orações diárias.

Orientações

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Um trecho retirado do livro diz o seguinte: “Estimular a espiritualidade, contribuindo para o bem estar e qualidade de vida do servidor PRF, melhorando o seu desempenho nas atividades diárias”. 

O documento acrescenta: “Sugerimos o uso coletivo do livro, no próprio ambiente de trabalho”.

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Reclamação dos servidores

Os agentes relataram à Globonews “constrangimento” com a chegada dos livros, relatando que a religiosidade no ambiente de trabalho se dá “de forma injustificada” e que pode se traduzir em “violação da liberdade religiosa”, uma vez que não se contemplam todas as religiões.

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Servidores acrescentam que a questão é “delicada” e “gera constrangimento”, porque, apesar do projeto não ser obrigatório, a distribuição de livros “estimula o exercício da fé no ambiente de trabalho, duas coisas que não deveriam se misturar”.

O que diz a PRF

A Polícia Rodoviária Federal foi procurada pela equipe da GloboNews, que informa que não houve queixas registradas na Ouvidoria do órgão sobre o projeto.

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Sobre o fato reclamado pelos servidores da não inclusão de todas as religiões, a PRF disse que, caso haja interesse em atividades, será preciso apresentar um pedido.

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— As atividades de religiões não representadas formalmente – não só as de matriz africana, mas também budistas, hinduístas, muçulmanos, entre outras – poderão ser realizadas no âmbito da Instituição ,mediante solicitação dos servidores interessados e demanda que as justifique, cabendo ao servidor responsável pela gestão da Capelania PRF viabilizar o contato com os ministros religiosos dos credos solicitantes — diz o órgão.

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A PRF acrescenta que não houve gastos de dinheiro público e que o projeto não é obrigatório.

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