O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse, nesta quarta-feira, que o governo está à procura de um nome que possua “histórico de diálogo” com as comunidades indígenas para presidir a Fundação Nacional do Índio (Funai) e descartou a indicação de um militar para o posto.

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O governo estuda uma lista de indicações, algumas feitas inclusive por indígenas, para que o escolhido seja capaz de acelerar as pendências do setor quanto a demarcações e mandados de segurança para trazer “tranquilidade” às comunidades.

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Um dos indicados para presidir a Funai foi o general Sebastião Robero Peternelli, por sugestão do PSC. No entanto, Moraes adiantou que o militar não será o escolhido.

— Não será ele o presidente da Funai. Nós já estamos em negociação com outro tipo de perfil, que já tenha histórico de diálogo com todas comunidades indígenas — ponderou o ministro.

Moraes e outros integrantes do governo receberam nesta tarde, no Palácio do Planalto, seis representantes das etnias Tumbalala, Tupinamba e Pataxó, da Bahia, após um protesto dos indígenas em Brasília.

De acordo com o cacique Aruã-Pataxó, o governo assumiu o compromisso de não nomear um militar para o cargo.

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— A gente passou tempos de horrores na ditadura militar, quando vários indígenas foram assassinados — lembrou.

Segundo ele, os ministros também se comprometeram a não cortar cerca de 100 cargos na Funai que estavam ameaçados, e a demarcar as terras indígenas de Barra Velha, Tupinambá de Olivença e Tumbalalá.

Segundo o cacique Pataxó, as comunidades vêm “sofrendo na pele” a falta de decisão política referente às questões indígenas.

— A gente espera que haja um diálogo franco com o novo governo para resolver os problemas, e não enrolar a gente mais uma vez — disse o indígena a jornalistas, após o encontro.

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Presidente indígena

Para o ministro da Justiça, a indicação de um indígena para a presidência da Funai esbarra na diversidade dos povos.

— Até agora os nomes indicados pelas comunidades indígenas acabam parando neste obstáculo: a falta de um diálogo maior com todas as comunidades indígenas. Isso pode levar a um acirramento na demarcação.

À Agência Brasil, porém, o cacique Aruã-Pataxó disse que é possível sim chegar a um acordo entre os povos para indicação de um índio para o comando da instituição.

— Acho que é possível as etnias chegarem ao consenso sobre o nome de um indígena para ocupar o cargo, desde que tenha perfil técnico, conhecimento na área, compromisso com a causa indígena e currículo em gestão pública.

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*Agência Brasil