De acordo com assessores da pasta, a data não será alterada porque a partir de terça-feira os técnicos da equipe econômica começam a incluir os eventuais reajustes salariais na lei orçamentária para 2013, que precisa ser enviada ao Congresso até sexta-feira. Se a previsão de aumento de gastos com a folha de pagamento não for incorporada ao orçamento, o governo não poderá conceder os reajustes.
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– Temos várias reuniões no final de semana, mas o limite são os 15,8% – sentenciou uma servidora do Planejamento.
Por causa do calendário apertado, o ministério não admite mais uma nova rodada de negociações a partir de segunda-feira. Na ocasião, só serão recebidos os sindicatos que estiverem dispostos a assinar um acordo para o fim da greve e a concessão do aumento. O governo, contudo, afirma que irá manter o diálogo nos casos em que houver impasse. Todavia, para essas categorias um eventual reajuste só poderá ser formalizado em 2014.
A direção da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) – entidade que congrega 26 categorias em greve -, recebeu o aviso do fim iminente das negociações, mas mantém a expectativa de um recuo do Planalto. Em todas as reuniões realizadas ontem, os sindicalistas ouviram do Planejamento a mesma proposta de 15,8%, parcelados em três anos. Até segunda-feira, a Condsef tem agendadas outras seis reuniões. No dia seguinte, uma plenária nacional em Brasília define os rumos do movimento.
– O governo disse que não vai além. A nossa resposta virá na terça-feira, quando os servidores decidirão o que fazer – afirmou um interlocutor dos grevistas.
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Os dirigentes sindicais ajuizaram uma ação no Supremo Tribunal Federal, pedindo a suspensão do corte do ponto de mais de 11 mil servidores. Segundo a entidade, grande parte desse contingente teve a prévia de seus contracheques zerada.
O Ministério do Planejamento estima que a greve envolve cerca de 80 mil servidores públicos federais. Em contrapartida, os sindicatos calculam que cerca de 350 mil funcionários aderiram ao movimento.
Servidores de vários órgãos seguem em greve, entre eles do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dp Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, do Meio Ambiente e da Justiça, da Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal.