O governo Udo Döhler (PMDB) herdou uma dívida de R$ 120 milhões da gestão do ex-prefeito de Joinville Carlito Merss (PT). Da quantia, R$ 26 milhões correspondiam à folha de pagamento dos 11 mil servidores municipais. Desse valor, 40% foram pagos no sábado e a segunda parcela, que representava 60% dos salários dos funcionários, entra nesta quinta na conta. A dívida total foi calculada e confirmada pelo secretário da Fazenda Nelson Corona.
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Segundo ele, o governo Udo recebeu a Prefeitura com um caixa de R$ 7 milhões deixados pelo ex-prefeito Carlito.
– Nós reconhecemos esse valor. Recebemos da gestão passada R$ 7 milhões para honrar compromissos que chegam na ordem de R$ 120 milhões -, diz Corona.
Na conta, não entram eventuais dívidas que o Hospital São José possua. A maior parte desse valor corresponde a débitos de obras que foram realizadas em anos anteriores por fornecedores e com notas fiscais emitidas para que a administração municipal pagasse.
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São R$ 54 milhões computados até agora nesta situação. Dentro deste valor, estão R$ 10 milhões de serviços feitos pela Ambiental, responsável pela coleta de lixo, varrição e limpeza da cidade.
Esta é a parte mais complicada de pagamento. Nas próximas semanas, a Secretaria da Fazenda pretende chamar os fornecedores e fazer uma renegociação dos prazos para que a dívida seja quitada.
– Temos que pagar tudo para ter uma gestão em avanço. Mas não faremos do dia para noite. Precisaremos conversar individualmente com cada um para criar datas que possamos honrar -, diz.
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Se o pagamento dos fornecedores vai ocorrer ao longo do ano, a dívida que a Prefeitura possui com o Ipreville precisará ser revista logo. Foram deixados R$ 23 milhões em contribuições previdenciárias de 2012 não pagas, somado a falta dos recursos para pagar os R$ 7 milhões do repasse de janeiro.
A urgência no pagamento da dívida se dá porque a administração municipal precisa renovar o certificado de regularidade previdenciária em fevereiro. Com dívidas, não sai o documento e Joinville pode deixar de receber parte dos repasses federais. Por isso, Udo Döhler deve convocar uma sessão extraordinária do Legislativo para que seja votado um projeto de parcelamento da dívida.
Os outros R$ 36 milhões que faltam para fechar a conta são referentes aos salários dos servidores e a seus benefícios. Além dos R$ 26 milhões de remunerações, há outros R$ 10 milhões que correspondem ao pagamento de benefícios trabalhistas, como empréstimo por crédito consignado, por cooperativa e de farmácia.
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O ex-prefeito Carlito Merss (PT) foi procurado pela reportagem durante toda quarta-feira m para comentar a dívida que deixou ao seu sucessor, mas não atendeu nenhuma das ligações feitas para seu celular e nem retornou as chamadas para comentar o assunto.
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