O governo do Estado enviou uma equipe da Celesc a José Boiteux, no Alto Vale do Itajaí, nesta quarta-feira (25) para avaliar a possibilidade de retirar o cilindro que emperrou e impediu a abertura de uma das comportas da barragem. D acordo com o secretário de Defesa Civil de Santa Catarina, coronel Armando Schroeder Reis, a constatação é de que ainda não há condições para fazer o serviço.
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— Há um problema no cilindro, que nesse momento não pode ser acessado. A equipe desceu até o local das comportas, mas existe água. Então há necessidade de haver um “secamento” para a retirada do cilindro e aí levá-lo para manutenção. Eu não posso dizer quando a gente vai retirá-lo porque depende do nível do rio — garantiu o coronel.
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A barragem de José Boiteux tem capacidade para conter 357 milhões de metros cúbicos de água. Ela tem duas comportas e ambas foram fechadas no dia 8 de outubro, para minimizar a enchente em Blumenau e cidades próximas. No dia 15, a Defesa Civil de Santa Catarina voltou ao local para reabrir as comportas pois a água já tinha baixado no Rio Itajaí-Açu, na região do Médio Vale.
A reabertura é importante para liberar espaço de armazenamento, considerando a previsão de altos volumes de chuva para o fim dessa semana. Porém, apenas uma das comportas abriu e a outra não, o que reduz a vazão da água retida na barragem. De acordo com o diretor de Gestão de Desastres da Defesa Civil de Santa Catarina, coronel César Nunes, será preciso retificar o cilindro danificado.
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Nesse contexto, o governo de SC trabalha atualmente com apenas uma comporta para operação.
A barragem de José Boiteux pode reduzir em até dois metros o nível de água em Blumenau quando está com as duas comportas fechadas. Para isso, porém, precisa estar com o máximo possível de espaço liberado. Às 17h desta quarta-feira (25), a estrutura estava com 42.96% de ocupação. A estrutura chegou ao limite em 13 de outubro e verteu pela primeira vez desde quando foi construída.
O problema não foi uma surpresa, segundo o secretário de Defesa Civil, coronel Armando Schroeder. No dia 5 de outubro, o órgão descartou a possibilidade de operar a barragem de José Boiteux por falta de segurança. Três dias depois, o governo mudou de ideia e fechou as comportas. Questionado sobre a mudança nos planos, o governador Jorginho Mello disse que “tudo que abre, fecha”.
- Correção: Até as 17h30min desta quinta-feira (26), o texto acima informava que o cilindro havia sido removido para conserto. A informação foi repassada à reportagem pelo diretor de Gestão de Desastres da Defesa Civil de Santa Catarina, coronel César Nunes, na noite de quarta (25) e reiterada por ele nesta manhã. Porém, às 15h40min, a assessoria de imprensa da Defesa Civil do Estado enviou vídeo em que o secretário da pasta, coronel Armando, afirma não ter sido possível retirar a peça para conserto. Questionado sobre a informação do diretor, a assessoria não explicou o que ocorreu e frisou que a informação valida é a do secretário.
Outras barragens
A Defesa Civil de Santa Catarina informou nesta quarta-feira (25) que está fazendo a abertura gradual do canal extravasor na barragem de Taió. A medida também visa dar maior vazão à água e liberar espaço de armazenamento. De acordo com o diretor de Gestão de Desastres da Defesa Civil de Santa Catarina, coronel César Nunes, o processo está sendo monitorado para não afetar as cidades abaixo da estrutura.
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Todas as sete comportas estavam abertas às 17h. O percentual de ocupação da barragem, cuja capacidade é de 100 milhões de metros cúbicos de água, estava em 57.18%.
Em Ituporanga, a barragem estava com quatro comportas abertas e uma fechada, no fim da tarde desta quarta. A ocupação estava em 60.52%. A estrutura pode reter até 110 milhões de metros cúbicos de água.
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