Nesta terça-feira, data prevista para o cessar-fogo na Síria fixado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a Liga Árabe, a oposição informou que os bombardeios persistem em várias regiões do país e que não há sinais do fim da violência. Porém, o ministro das Relações Exteriores da Rússia (que é aliada da Síria), Serguei Lavrov, disse que o presidente sírio, Bashar Al-Assad, iniciou as negociações para a adoção de um plano de paz na região.

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Em Moscou, na Rússia, o ministro das Relações Exteriores da Síria, Waldi Muallem, disse que as tropas começaram a deixar algumas províncias. Mas a organização não-governamental Observatório Sírio dos Direitos Humanos informou que as forças do regime bombardearam diversas cidades – como Maleh, Homs, Hama e Duma – e pelo menos 17 morreram hoje.

Seis civis morreram em um bombardeio no bairro de Khaldiyeh e outra vítima de bala perdida no bairro de Bad Tadmor, em Homs, informou a ONG, que também denunciou a morte de quatro pessoas durante operações em Kafarzita, na província de Hama. Seis soldados do Exército morreram em um ataque na região de Hassaka, nordeste do país.

Imagens divulgadas nesta terça-feira pela Shaam News Network mostram danos na parte antiga da cidade de Homs em 30 de março.

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De acordo com a organização, os ataques começaram na noite de segunda-feira. De acordo com a entidade, não houve retirada de tropas das ruas. No último dia 2, Assad aceitou o plano de paz sugerido pela ONU e a Liga Árabe. A data fixada para a implantação do acordo era hoje. Autoridades da China, que também é aliada da Síria, pediram hoje que todos cumpram imediatamente o plano de paz.

O emissário da ONU e da Liga Árabe à Síria, Kofi Annan, visita nesta terça-feira um campo de refugiados sírios na fronteira com a Turquia. A visita ocorre um dia depois de tiros vindos da Síria ferirem um tradutor e um policial turcos e quatro sírios. O episódio aumentou a tensão entre os dois países. O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que a agressão consistiu em ‘uma clara violação’ da fronteira e prometeu ‘tomar as medidas necessárias’.

Foi a primeira vez que tiros vindos da Síria atingiram alvos no campo de refugiados na Turquia. De acordo com autoridades turcas, há cerca de 25 mil refugiados sírios no país. O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, conversou sobre o incidente com os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Reino Unido, China, Rússia e França).

Síria acusa Turquia de armar e ajudar os rebeldes

O ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Muallem, acusou nesta terça-feira a Turquia de armar os rebeldes e de ajudá-los a entrar no território sírio.

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– A Turquia abriga grupos armados e montou campos de treinamentos. Permite que cruzem a fronteira de forma ilegal e se dediquem ao tráfico de armas (para a Síria) a partir de seu território – disse Muallem em uma entrevista coletiva em Moscou.

O chanceler questionou:

– Como isto (implementar o plano de paz de Kofi Annan) pode ser feito enquanto ainda continuam as entregas ilegais de armas e os deslocamentos de militantes a partir da Turquia?