A Coreia do Sul decretou nesta terça-feira (3) a lei marcial no país, substituindo a legislação normal por leis militares, com restrição de direitos civis e limitações à imprensa, ao Planalto e às forças policiais. Segundo o presidente, o objetivo é “limpar” o território de aliados da Coreia do Norte. A oposição acusa o governo de querer controlar o Parlamento usando o conflito com Pyongyang. As informações são do g1.

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Com o decreto, o acesso ao parlamento foi fechado. Esta é a primeira vez que a Coreia do Sul, que tem um regime democrático, declara lei marcial desde o fim da ditadura militar no país, em 1987.

Yeol Suk-yeol, presidente sul-coreano, acusou a oposição de se alinhar à Coreia do Norte, com quem o país ainda está, tecnicamente, em guerra, para viabilizar um governo contrário. Já a oposição, que tem maioria no Parlamento, afirmou que Suk-yeol quer ampliar seus poderes.

O anúncio da lei marcial foi feito em um pronunciamento surpresa nas emissoras de TV do país. Yeol, conservador que governa o país há dois anos, justificou a aplicação da lei pelas ameaças da Coreia do Norte.

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“Declaro lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas norte-coreanas, para erradicar as desprezíveis forças antiestado pró-norte-coreanas que estão saqueando a liberdade e a felicidade do nosso povo, e para proteger a ordem constitucional livre”, disse Yoon.

O presidente ainda condenou movimentos feitos durante a semana pela oposição na Câmara dos Deputados, como um pedido de impeachment contra promotores do país e a rejeição do orçamento do governo.

Uma reunião de emergência para combater a medida foi convocada pelo chefe da Polícia da Coreia do Sul, que criticou a medida. Membros do próprio governo se disseram contrários à imposição. A oposição protestou contra a medida e convocou todos os partidos para o Parlamento, em Seul.

O presidente do Parlamento, também da oposição, convocou uma sessão de emergência. No entanto, com o congresso e todos os acessos ao prédio foram fechados, não se sabe se a reunião pode ocorrer, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap. O ex-ministro da Justiça sul-coreano Han Dong-hoon disse que a declaração da lei marcial é “errada” e que vai impedi-la com a ajuda do povo.

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Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, país aliado à Coreia do Sul, está em contato com o governo e monitorando “de perto” a situação, segundo um comunicado da Casa Branca.

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