Integrantes de uma comitiva do governo Jair Bolsonaro (PL) que esteve na Arábia Saudita em 2021 tentaram entrar ilegalmente no Brasil com joias avaliadas em R$ 16,5 milhões que haviam sido presenteadas pelo país árabe para serem entregues ao agora ex-presidente e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A informação foi revelada nesta sexta-feira (3) pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Continua depois da publicidade

Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp

Na ocasião, ainda conforme apurou o jornal, um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de valor estimado em 3 milhões de euros eram levados na mochila de um militar assessor do então ministro Bento Albuquerque, à frente da pasta de Minas e Energia, quando a Receita Federal no aeroporto de Guarulhos realizou o flagrante, durante uma fiscalização de rotina dos passageiros que desembarcaram de um voo com origem da Arábia Saudita em 26 de outubro de 2021.

Após as joias da marca Chopard, uma das mais caras do mundo, terem sido retidas, por ser obrigatória a declaração de entrada no país de qualquer bem com valor acima de US$ 1 mil, o ex-ministro voltou à área alfandegária para tentar reaver o material, alegando que seriam presentes para Michelle. A cena teria sido registrada pelas câmeras de segurança do aeroporto. Ao Estadão, Albuquerque afirmou ter intercedido, mas acrescentou não saber do que se tratava o presente para a ex-primeira dama.

O jornal também apurou que houve ao menos mais quatro tentativas frustradas de Bolsonaro em reaver as joias fazendo uso do governo para isso, com a atuação de outros ministérios, o envio de ofício da própria Presidência da República para a Receita Federal e a ida de um funcionário da Força Aérea Brasileira (FAB) ao aeroporto de Guarulhos.

Continua depois da publicidade

A retirada das joias pelo governo seria permitida desde que os presentes ficassem para o Estado brasileiro, e não para a família do ex-presidente. Neste segundo caso, é necessário o pagamento de imposto de 50% sobre o valor do item e de uma multa equivalente a 25% dele devido à tentativa de entrada ilegal no Brasil, o que custaria cerca de R$ 12,375 milhões.

O Estadão publicou ainda ter procurado Bolsonaro para tratar do caso. O advogado Frederick Wassef, que se colocou como representante do ex-presidente ao jornal, afirmou que não comentaria o assunto.

Leia mais

Governo Jorginho abre inscrições para “Lei Rouanet catarinense” de R$ 75 milhões

MPSC forma lista tríplice para Jorginho indicar procurador-geral de Justiça