O governo federal pediu novos estudos ao Operador Nacional do Sistema Elétrico para avaliar a questão “à luz da atual conjuntura de escassez hídrica”, em meio a pressões de setores econômicos pelo retorno do horário de verão. O programa foi extinto em 2019 pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Continua depois da publicidade
> Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo Whatsapp
Apesar dessa crescente pressão de setores econômicos, o Ministério de Minas e Energia avalia que a volta do horário de verão teria impacto limitado no consumo de eletricidade do país e não ajudaria a enfrentar a crise energética atual.
“A contribuição do horário de verão é limitada, tendo em vista que, nos últimos anos, houve mudanças no hábito de consumo de energia da população, deslocando o maior consumo diário de energia para o período diurno”, diz o ministério, em nota. “Assim, no momento, o MME não identificou que a aplicação do horário de verão traga benefícios para redução da demanda”, continua, frisando que pediu que o ONS “reexaminasse a questão”. O operador disse que não comentaria o tema.
> Rejeição a Bolsonaro bate recorde e atinge 53%, diz pesquisa Datafolha
Continua depois da publicidade
Setores como o de turismo, serviços e shoppings centers vêm pressionando o governo pelo retorno do programa. Além da possibilidade de economizar energia, eles seriam beneficiados com o aumento da circulação de pessoas no início da noite.
Nesta segunda-feira (13), o pleito ganhou apoio também do Instituto Clima e Sociedade, Instituto de Defesa do Consumidor e IEI (sigla para Iniciativa Energética Internacional), que consideram que o governo precisa lançar mão de todas as medidas de economia possíveis.
— O ganho é pequeno, mas nesse momento precisamos contar megawatt por megawatt — disse o ex-diretor do ONS Luiz Eduardo Barata, em mesa redonda com jornalistas para apresentar estudo sobre programas de eficiência energética.
> Vulcão que pode causar tsunami no Brasil entra em sinal de alerta depois de décadas adormecido
A opinião é compartilhada pela Associação Brasileira das Companhias de Energia Elétrica.
— Por mais que nao faça grandes diferenças, poupar é sempre bom — diz o diretor-presidente da entidade, Alexei Vivan.
Continua depois da publicidade
Ele ressalta que o país está gerando toda a sua capacidade térmica, o que vem pressionando as tarifas de energia já em 2021 e com tendência de pressão sobre 2022 também. Segundo projeção do Idec, o horário de verão economizaria entre 2% e 3% do consumo no início da noite.
> CTG no Sul de SC era usado como abatedouro clandestino de cavalo, gado e mula
O deslocamento do horário de maior consumo para o início da tarde a partir da popularização dos aparelhos de ar condicionado reduziu o impacto do horário de verão no sistema, o que acabou sendo uma das justificativas para a sua extinção.
Para o governo, a menor economia não justificava o transtorno provocado a trabalhadores que precisam acordar cedo e tomar o transporte público com o céu ainda escuro.
> “Luzes misteriosas” no céu intrigam moradores no Planalto Norte de SC
— Não fazia sentido em um momento de tranquilidade no setor elétrico, mas agora qualquer economia é bem-vinda — frisa Vivan.
Continua depois da publicidade
Na segunda, Barata lembrou que o próprio ONS foi contrário ao fim do horário de verão, mas prevaleceu o argumento de que a economia não compensava os transtornos.
*Por Nicola Pamplona.
Leia também
Pode beber depois de tomar a vacina da Covid?
Sexo em público é crime? Entenda a sentença
Precisa renovar a CNH? Confira as datas
Bolsa Família 2021; confira o calendário
Semana com apenas 4 dias? Saiba como trabalhar menos e ganhar mais