Um dia depois de o Diário Catarinense publicar um levantamento feito pela equipe de reportagem para mostrar a situação do SC Saúde, em todo o Estado, o governo do Estado divulgou um balanço oficial sobre o primeiro mês do novo plano. Os números são considerados positivos pelo Centro Administrativo e pela entidade que representa os 13 mil médicos catarinenses.

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Com base na lista disponibilizada no site do SC Saúde, o levantamento do DC apontou 3.371 hospitais, clínicas, consultórios e laboratórios credenciados em 195 cidades. Nas demais 98, não há prestador de serviço conveniado. Dos 3.371, a reportagem conseguiu contato telefônico com 2.787, e constatou que 2.112, ou 75,8%, atendiam pelo plano até terça-feira à noite.

No balanço da Secretaria de Administração, existem 3.024 credenciados, 347 a menos do que o levantado pela reportagem. A diferença, ainda que pequena, pode ser explicada pelo fato de que muitos estabelecimentos e profissionais aparecem mais de uma vez – e alguns com nomes diferentes – na lista de credenciados do site do SC Saúde.

O governo não informou quantos médicos cadastrados no plano estão atendendo efetivamente, mas o secretário de Administração, Milton Martini, garante que todos indicados no site do SC Saúde estão devidamente credenciados e são obrigados a atender, sob pena de advertência, multa e até declaração de não idoneidade para licitar e/ou contratar com a administração pública.

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Nestes primeiros 30 dias do SC Saúde, Martini dá nota nove para o novo plano pelo desempenho de implantação e atendimento. Ele admite, no entanto, a necessidade de melhorias, e garante que a busca pela qualidade será permanente para beneficiar todos os 180 mil segurados. O secretário diz que o governador Raimundo Colombo está sendo atualizado da situação do plano, se mostrou satisfeito com o primeiro mês e pediu esforços para as melhorias necessárias.

– Não é e nem será 100%, precisamos aumentar algumas especialidades e a presença do plano no Estado, mas os números são expressivos e o balanço é positivo. Para quem começou do zero no primeiro dia, em um mês estamos muito bem – comentou o secretário.

Sobre o fato constatado pela reportagem do DC de que muitos credenciados não atendem sob diversas justificativas como falta de treinamento, software falho e contratos assinados e não devolvidos pelo SC Saúde, o secretário Martini reiterou que não há desculpas, que todos são obrigados a atender e que o governo não negocia individualmente com os médicos, pois o SC Saúde só saiu do papel após longa negociação que atendeu às exigências dos profissionais da medicina, representados pelo Conselho Superior das Entidades Médicas de SC (Cosemesc).

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Já o coordenador do Cosemesc e presidente da Associação Catarinense de Medicina, Aguinel José Bastian Junior, diz que os médicos estão liberados para buscar suas reivindicações junto ao governo, como os cardiologistas, que estariam insatisfeitos com os honorários pagos pelo plano, e que o Cosemesc, apesar de considerar o SC Saúde um sucesso, não negocia pela categoria.