Governo autoriza leilão de arroz excedente para ração

Cerca de 30 dias após o anúncio no Palácio Piratini, o governo federal publicou nesta sexta-feira a portaria interministerial que autoriza a realização de leilões de arroz em casca para ser destinado à fabricação de ração animal. A medida atingirá cerca de 500 mil toneladas do grão, o que representa 20% do excedente da produção do Estado.

A portaria foi assinada por três ministérios: Agricultura, Fazenda e Planejamento. Para executar os leilões, o governo deve aplicar R$ 60 milhões. A determinação beneficiará o grão produzido no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.

O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, destacou que os preços na região Sul já estão reagindo e que com os novos leilões, “o produtor poderá ser mais bem remunerado”. O preço da saca de 50 kg de arroz no Rio Grande do Sul gira em torno de R$ 23, enquanto o valor mínimo estipulado pelo governo é de R$ 28,50. O preço já esteve em R$ 18 no Estado.

Desde o início do ano, já foram realizadas diversas ações para aumentar a cotação do grão no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, como aquisição direta do grão (AGF) e leilões de contratos de opções pública e privada. Segundo o ministério, foi investido R$ 1,1 bilhão em incentivos à comercialização na safra 2010/11.

Os leilões devem começar em aproximadamente uma semana, de acordo com a Conab.

Trigo

Também foi publicada nesta sexta-feira portaria que define os critérios para realização de leilões de trigo em grãos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e outros Estados. A portaria prevê o desembolso de R$ 150 milhões para apoiar a comercialização de cerca de 1,5 milhão de toneladas do cereal. Para isso, serão realizadas operações de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) e de Prêmio de Escoamento do Produto (PEP).

Poderão participar dos leilões produtores rurais e suas cooperativas (Pepro) e indústrias moageiras de trigo e comerciantes de cereais (PEP). Antes de iniciar as operações, o Ministério da Agricultura vai convocar uma reunião para discutir com o setor de produção e os compradores o calendário para o início dos leilões.