O Ministério da Agricultura aumentou o rigor para a produção de leite na maior parte do país, com o objetivo de aumentar a qualidade do produto. A partir do domingo, dia 1º de janeiro, as regras passam a valer.
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A medida inclui ordens para que o local onde o gado é mantido tenha piso impermeável a fim de facilitar a limpeza e o escoamento da água, além do controle de temperatura para a pasteurização do leite na média de 4 graus Celsius (ºC). Para a ordenha (retirada do leite), será necessário definir uma dependência própria.
A Instrução Normativa nº 62, publicada hoje no Diário Oficial da União, fixa um escalonamento de prazos e limites para a redução de Contagem Bacteriana Total (CBT) e Contagem de Células Somáticas (CCS) até o ano de 2016.
O objetivo, segundo o governo, é aprimorar o controle sanitário do rebanho – no que se refere a doenças, como brucelose e tuberculose -, além de obrigar que seja feita análise para pesquisa de antibióticos, por exemplo, no leite.
Pelas regras, os produtores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste terão novos limites para CBT e CCS. Atualmente, esses índices podem chegar a 750 mil por mililitro. Mas a partir de janeiro a tolerância será de até 600 mil por mililitro. As regras no Norte e Nordeste só serão exigidas a partir de janeiro de 2013.
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As normas foram consolidadas pela Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e foram baseadas em estudos feitos pela Embrapa Gado de Leite e no histórico dos programas de qualidade das empresas de laticínios.
De acordo com o Ministério da Agricultura, em nove anos de vigência das regras sobre qualidade de leite no país, houve uma série de avanços no setor, como investimentos em eletrificação rural, melhoria das estradas para facilitar o escoamento da produção e treinamento dos produtores em práticas de manejo e controle sanitário.
Ainda de acordo com a normativa, estão suprimidos os Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade dos leites tipos “B” e “C”.
Segundo o secretário executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado (Sindilat/RS), Darlan Palharini, a medida poderá provocar a retirada do mercado do leite do tipo B.
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– Acredito que essa medida esteja mais adequada à realidade do mercado. Atualmente, poucas empresas produzem o leite desse tipo, devido à necessidade de um curto espaço de tempo entre a ordenha e a chegada até a empresa laticínia – afirmou.