Três adiamentos de uma operação considerada emergencial tornaram dramática a situação da estudante Paula Blume, 22 anos, internada desde 21 de julho em um hospital público de Santa Rosa, na província argentina de La Pampa.
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Durante viagem para a Patagônia, ela fraturou uma vértebra e a bacia em acidente de trânsito e, se não passar por cirurgia, corre risco de ficar paraplégica.
A boa notícia é que o caso, enfim, parece caminhar para uma solução: segundo o Ministério das Relações Exteriores, o governo de La Pampa confirmou o procedimento para a próxima quarta-feira. Conforme informaram os argentinos, a compra da prótese vertebral necessária para a operação também já foi autorizada pelas autoridades de saúde de La Pampa.
Aluna do sexto semestre de História na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Paula viajou à Argentina em um grupo de 10 pessoas, dividido em dois veículos. De acordo com o estudante de Medicina William Oliveira, que ocupava um carro atrás do que estava Paula, o veículo capotou após desviar de uma lebre que cruzava a pista, à noite. Sem cinto de segurança, a estudante e outra colega – que já retornou ao Brasil – acabaram arremessadas.
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Internada no Hospital Dr. Lucio Molas, em Santa Rosa, Paula recebeu o aviso de que teria de ser operada o mais rápido possível. Ela mesma explica a situação, em vídeo gravado no leito e disponibilizado nas redes sociais:
– Estou esperando por uma cirurgia que, quando cheguei aqui, os médicos disseram que era urgente porque quebrei uma vértebra (L2), e qualquer pedacinho dessa vértebra, se encosta na minha medula, corre o risco de eu ficar paraplégica.
Como Paula não é argentina, afirma o Ministério das Relações Exteriores, o governo local não teria obrigação de custear a cirurgia. Porém, a gravidade do caso e a ausência de seguro-viagem, que custearia despesas hospitalares, motivaram familiares e amigos a uma mobilização. O Itamaraty foi acionado, em Brasília, e entrou em contato no dia 26 (cinco dias após o acidente) com o consulado brasileiro na Argentina – que dialogou com as autoridades de saúde da província de La Pampa. Para pressionar por uma solução, na terça-feira um grupo de amigos de Paula montou acampamento em frente ao consulado argentino na Capital. Havia ontem cinco barracas e inúmeros cartazes de papel e faixas no local.
– A cirurgia seria na quinta ou sexta-feira da semana do acidente. Foi remarcada. Era para ser nesta segunda-feira, mas ontem (quinta-feira) transferiram para a quarta-feira – desabafa William Oliveira.
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Segundo ele, a estudante tem a companhia, no hospital, da mãe e de uma amiga, Sylvia Ehlers. Em entrevista por telefone, Sylvia lamenta a situação de Paula, castigada por dores persistentes e dificuldades no sono – nem morfina é suficiente para aliviar o sofrimento. A orientação é ficar imóvel, na cama. Um quadro angustiante, agravado pelos sucessivos adiamentos da cirurgia. Ao receber novamente a notícia, na quinta-feira, Paula chorou. Por isso, Sylvia mostra reservas quanto à previsão de quarta-feira. Teme nova frustração:
– O Itamaraty e o diretor do hospital garantiram que seria na segunda.
Sylvia diz ter questionado o cirurgião responsável, Dr. Ariel Orona, mas não obteve resposta. De um assistente social do hospital, ouviu que a prótese para Paula poderia chegar ontem. ZH tentou contato com Orona, ontem, mas funcionários do hospital informaram que ele não poderia falar.
Ela gravou um vídeo que está disponibilizado no YouTube. Na gravação, lamentou a situação: