Governo aprova programa de demissão voluntária para sete estatais 

Para enxugar ainda mais os gastos do governo, o Ministério da Economia aprovou programas de demissão voluntária (PDV) em sete estatais federais. A adesão esperada é de 21 mil funcionários. A economia estimada gira em torno de R$ 2,3 bilhões por ano.

O anúncio foi feito pela Secretaria Especial de Desestatização e Desinvestimento e ocorre em meio a protestos provocados pelo contingenciamento de recursos. Na última quarta-feira (15), manifestantes foram às ruas em todo o país para criticar o bloqueio de gastos em educação.

O secretário de Coordenação e Governança das Estatais, Fernando Soares, diz que os programas devem ser finalizados ainda neste ano.

— As empresas estatais devem ter foco em eficiência, produtividade e economia de custos. Temos que primar por uma alocação eficiente do recurso — afirma o secretário.

Até agora, Petrobras, Correios, Infraero e Embrapa já anunciaram seus PDVs. Na Infraero, o objetivo é desligar cerca de 600 funcionários. Na Petrobras, seriam 4,3 mil, enquanto nos Correios a adesão esperada é de 7,3 mil empregados. Na Embrapa, a meta é o desligamento de 3 mil.

As outras três estatais que tiveram o programa de desligamento aprovado não foram anunciadas por "questão estratégica", segundo a secretaria.

— Cabe à gestão fazer um trabalho junto aos seus empregados para que o PDV seja melhor entendido por eles. É preciso que a área de Recursos Humanos da empresa e a diretoria mostrem os benefícios da adesão ao programa — afirma Soares.

Além dos sete PDVs já aprovados, outros quatro estariam em análise para potencial adoção neste ano, segundo o secretário.

Em março, o Ministério da Economia anunciou o contingenciamento de R$ 29,8 bilhões. Com a revisão da projeção do PIB (Produto Interno Bruto) que será divulgada no próximo dia 22, a expectativa é de um bloqueio adicional que pode alcançar R$ 10 bilhões.