Diante da inoperância do sistema de saúde e da falta de resultados do modelo usado nos últimos anos, o governo do Estado muda a forma de administrar a área e aposta todas as fichas em gestão. O plano apresentado nesta quarta-feira é dividido em três frentes que se completam e é a maneira que o governador Raimundo Colombo (PSD) encontrou para tentar cumprir a maior promessa de campanha.

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Batizado de Plano de Gestão da Saúde, a grande diferença do programa é que o governo se convenceu que erguer prédios e inchar a folha de pagamento não bastam. Baseado em um estudo feito por consultoria internacional, a solução passa por três medidas provisórias: pagamento por produtividade a médicos, gerentes e diretores de hospitais; repasse aos municípios de R$ 0,30 por habitante; e criação de oito centrais de regulação para melhorar o uso da estrutura existente.

Remuneração pode ultrapassar R$ 15 mil

O sucesso do plano depende da adesão dos profissionais, que estão sendo convidados a produzir mais e ter aumento salarial como contrapartida. O secretário da Fazenda, Antonio Gavazzoni, explica que será publicada tabela de referência informando quantos exames, consultas e cirurgias cada médico deverá realizar, e que se for superada ocorrerá compensação financeira.

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As tabelas foram determinadas com base em estudos da consultoria internacional que visitou hospitais como o Sírio Libanês e os sistemas de saúde de São Paulo e Minas Gerais. A remuneração mensal dos médicos pode ultrapassar o teto do salário do servidor público que é R$ 15 mil.

Os diretores podem ganhar até o teto se atenderem as metas de satisfação do paciente, uso de recursos humanos, da estrutura física e o resultado financeiro. Para garantir que estes profissionais priorizem o hospital foi determinado que tenham dedicação exclusiva. A intenção é mudar a cultura e fazer com que todos se preocupem e tenham algo a perder se um equipamento estragar e ficar meses fora de atividade.

Mas para que a engrenagem funcione é preciso a adesão de médicos, o que o governador acredita que vai ocorrer porque a categoria participou da elaboração do plano. Se depender dos discursos das lideranças no lançamento realizado nesta quarta-feira, em Florianópolis, o otimismo é justificável.

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