O governo dos Estados Unidos começou a entregar armas e equipamento técnico aos rebeldes sírios, informa o jornal The Washington Post. A publicação, que cita fontes americanas e sírias, afirma que a CIA começou a entregar ajuda letal nas últimas duas semanas.

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O jornal informa em seu site que o Departamento de Estado enviou de maneira separada veículos e outros materiais, incluindo sofisticados equipamentos de comunicação e kits médicos para combate.

Consultada pela AFP, a CIA declarou que não comentaria a reportagem do Washington Post. As cargas de armas – que segundo o jornal se limitam a armas leves e munições – são enviadas em um momento crucial do violento confronto entre os rebeldes e o regime de Damasco.

Nesta quinta-feira, o governo dos Estados Unidos pediu ao regime sírio que revele o mais rápido possível o tamanho e as características de seu arsenal químico, pouco antes de uma reunião do secretário de Estado, John Kerry, em Genebra, com o chanceler russo, Serguei Lavrov.

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Acompanhado por uma equipe de especialistas, Kerry conversará com Lavrov sobre a proposta russa de colocar o arsenal sob supervisão internacional e depois destruir as armas.

– É factível, mas difícil – declarou uma fonte americana aos jornalistas que acompanham Kerry.

Esta fonte do Departamento de Estado afirmou que Washinton espera que o regime sírio “declare o mais rápido possível todo seu arsenal”, como demonstração de compromisso. O secretário de Estado viajou acompanhado de vários especialistas em desarmamento, armas químicas e não proliferação do Pentágono, das Forças Armadas e de outros departamentos do governo.

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Rússia propõe plano em quatro etapas

A Rússia propôs aos Estados Unidos um plano em quatro etapas para a destruição das armas químicas da Síria, que começaria com a adesão de Damasco à Organização para a Proibição de Armas Químicas, informa a imprensa russa.

O plano de Moscou pretende evitar uma ofensiva militar dos Estados Unidos em resposta a um ataque com armas químicas em uma área controlada pelas forças rebeldes perto de Damasco, que segundo os países ocidentais foi cometido pelo regime sírio.

O jornal Kommersant revela pela primeira vez os detalhes do plano, que segundo a publicação foi apresentado aos americanos na terça-feira, apesar do anúncio oficial ter acontecido na quarta-feira. Em uma primeira etapa, Damasco anunciaria a adesão à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ, na sigla em inglês).

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Posteriormente, a Síria deverá revelar a localização de seu arsenal químico e o local de fabricação. O terceiro passo seria autorizar a entrada no país dos inspetores da OPAQ. A etapa final seria a destruição das armas, em cooperação com os inspetores.

O Kommersant, que habitualmente tem acesso a fontes da diplomacia russa, destacou que ainda resta definir quem destruiria fisicamente as armas, e não se descarta uma missão conjunta entre Rússia e Estados Unidos. Lavrov e Kerry discutirão o plano em Genebra nesta quinta-feira.

O Exército Sírio Livre (ESL, rebeldes) rejeitou a proposta russa de colocar as armas químicas da Síria sob controle internacional e pediu que as autoridades do regime que admitiram possuir este tipo de armamento sejam julgados.

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– O ESL anuncia sua rejeição categórica da iniciativa russa que pretende colocar as armas químicas sob controle internacional – afirmou o chefe militar dos insurgentes, general Selim Idris, em um depoimento divulgado no YouTube.