O Afeganistão deseja fixar uma data para o reinício do diálogo direto com os talibãs até o fim de fevereiro, anunciou nesta terça-feira o ministro das Relações Exteriores, no início de uma nova reunião destinada a reativar as negociações de paz.
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“Esta reunião deve permitir” anunciar “até o fim do mês uma data para o reinício das negociações entre os talibãs e o governo afegão”, declarou o ministro das Relações Exteriores, Salahudin Rabani.
Rabani formulou estas declarações em Cabul no início da quarta reunião entre Afeganistão, Estados Unidos, China e Paquistão, padrinho histórico dos talibãs afegãos.
Assim como nas três reuniões precedentes, os talibãs estão ausentes das negociações realizadas no palácio presidencial.
Ao mesmo tempo, o presidente afegão nomeou Pir Syyed Ahmad Ghilani à frente do Alto Conselho para a Paz, o organismo governamental encarregado de negociar com os insurgentes talibãs.
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Ahmad Ghilani é um influente líder da etnia pashtun, da qual formam parte a maioria dos talibãs.
O processo de negociação “fornece uma boa ocasião a todos os opositores para que entreguem as armas”, declarou Rabani, que convocou todos os grupos talibãs a se somarem ao diálogo.
Em julho de 2015, o governo afegão e os talibãs realizaram no Paquistão um primeiro diálogo direto que foi interrompido rapidamente após o anúncio da morte do mulá Omar, o fundador do movimento insurgente.
A morte de Omar e sua substituição pelo mulá Akhtar Mansur acentuaram as divisões entre os talibãs, o que não impediu que o movimento lançasse grandes ataques militares.
Em 2015, os confrontos militares e os atentados deixaram 3.545 civis mortos e 7.457 feridos, segundo as Nações Unidas.
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Tratou-se do ano mais sangrento desde 2009, ano em que a ONU começou a contabilizar as vítimas civis do conflito.
* AFP