“A dívida externa brasileira está entre as maiores do mundo. Ano passado já era superior a US$ 300 bilhões. Assim, fica difícil ao Brasil justificar o perdão da dívida da República do Congo, um dos maiores, mais ricos em recursos naturais e mais corruptos entre os países africanos. Além de outras formas de ajuda a nações daquele continente, sob o argumento de que tem “uma dívida histórica a resgatar”. Ou que é preciso “conter a presença da China na África”, gesto mais quixotesco do que sensato.
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Acrescente-se os empréstimos, até há pouco secretos, para Cuba, Angola, Moçambique, Timor etc., a manutenção de Forças Armadas para manter a ordem no Haiti, o desperdício com embaixadas das quais pouco ou nenhum retorno compensador será razoável esperar, e ter-se-á a sensação de que sobra dinheiro.
Se há uma dívida com os negros (e existe), que seja efetivamente paga aos descendentes dos escravos que estão no Brasil. Mas sem esquecer outros credores – não menos importantes -, como os pequenos colonos e muitos de seus filhos que transformaram o sertão bravio em terra hospitaleira e ainda vivem na miséria. E sobretudo o gentio, que teve seus filhos escravizados, as mulheres seviciadas e as terras tomadas à força pelo europeu.
Foi o que ocorreu e ocorre no Brasil e em Santa Catarina, aqui com os caingangues, com os xoclengue e com os guarani. Ex-donos da terra, conheceram a fartura da pesca, caça e de uma agricultura que, embora rudimentar, afastava a fome que hoje ronda os guaranis do Morro dos Cavalos. Governar implica definir prioridades, saudável e eficaz princípio administrativo tem sido menosprezado pela maioria dos governantes.“
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