A governadora de Santa Catarina, Daniela Reinehr (sem partido), está sendo cobrada pela Confederação Israelita do Brasil (Conib) e pela Associação Israelita Catarinense (AIC) por uma posição sobre o nazismo. Na terça-feira (27), na coletiva de posse no cargo, Daniela foi questionada sobre o assunto por causa do pai dela, José Altair Reinehr, professor de história e que teria relativizado o nazismo em textos.
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– Eu realmente não posso responder, ser julgada ou condenada por aquele ou esse pense. Eu respeito, volto a dizer, eu respeito as pessoas, independente do seu pensamento, eu respeito os direitos individuais, e qualquer regime que vá contra eu acredite, contra esses elementos que eu disse, eu repudio. Existe uma relação e uma convicção que move a mim e a todos os senhores que se chama família. E me cabe, como filha, manter a relação familiar em harmonia, independente das diferenças de pensamento – respondeu Daniela na coletiva de imprensa, na terça-feira, após ser questionada se poderia se declarar antinazista e se concordava ou não com as ideias do pai.
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A governadora de SC ainda disse que gostaria de ser responsabilizada apenas pelos próprios atos. Lembrou também do julgamento na Assembleia Legislativa (Alesc), em que foi absolvida no caso do aumento salarial dos procuradores do Estado. Nesse caso, Carlos Moisés da Silva (PSL) foi afastado temporariamente do cargo de governador.
– Eu não quero ser arrastada por atos de terceiros, por convicções de terceiros. As minhas convicções estão muito claras nas minhas redes sociais há muito tempo – afirmou Daniela.
Fernando Lottenberg, presidente da Conib, e Sergio Iokilevitc, presidente da AIC, pedem que a governadora de SC “demonstre de forma inequívoca sua rejeição às ideias que levaram ao extermínio de 6 milhões de judeus inocentes”.
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Veja a nota de associações judaicas com pedido para posicionamento da Governadora Daniela sobre nazismo:
“A governadora deve, de forma veemente, manifestar sua repulsa ao negacionismo da tragédia que foi o Holocausto. É importante que ela se pronuncie sobre o assunto e demonstre de forma inequívoca sua rejeição às ideias que levaram ao extermínio de 6 milhões de judeus inocentes, além de outras minorias e adversários políticos e provocaram uma guerra que devastou a humanidade.”
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