Além da força-tarefa com as polícias Civil e Militar a partir de quinta-feira, ações de inteligência, instalação de novas câmeras de videomonitoramento e mais policiais aprovados em concurso são as promessas do governo do Estado para frear os assassinatos em Criciúma, no Sul do Estado.
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Desde o começo do ano, 22 pessoas foram mortas na cidade, um crescimento de 100% ao mesmo período do ano passado. Entre as vítimas está a médica Mirella Maccarini Peruchi, 35 anos, abordada por dois assaltantes e morta quando chegava em casa de caminhonete – a polícia apreendeu pelo crime um adolescente e prendeu um homem de 22 anos.
As medidas de reação foram anunciadas pelo governador Raimundo Colombo (PSD) na tarde desta terça-feira, em Florianópolis, após reuniões com empresários, políticos e lideranças locais, no Centro Administrativo. Colombo reconheceu o crescimento dos índices de violência na cidade, “que aumentaram perigosamente”.
Ele não quis comentar recentes declarações do vice-governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB) dadas ao colunista do DC, Moacir Pereira, em que cobrou medidas urgentes de combate à criminalidade no Sul.
O secretário de Segurança Pública, César Grubba, não participou das reuniões com as comitivas de Criciúma, nem os comandos das polícias Civil e Militar. A SSP disse que Grubba não compareceu porque a audiência tinha caráter político e que estará presente em Criciúma na quinta-feira com os comandos das polícias para o começo da força-tarefa.
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Entrevista: Raimundo Colombo, governador de SC
Quais as providencias para atender a segurança em Criciúma?
De forma emergencial a nossa equipe já se deslocou para lá. Na quinta-feira vai o secretário de Segurança, o comando da PM, delegacia-geral da Polícia Civil e inteligência. Vamos fazer uma operação especial na região de Criciúma e vamos a partir de agora tomar série de medidas a médio e longo prazo para fortalecer toda a ação de segurança pública nessa região, onde de fatos os indicadores dos últimos meses aumentaram perigosamente.
Que medidas são essas médio e longo prazo?
Estamos fazendo novo concurso público para chamar mais policiais militares. Em março já ingressou um número significativo e agora está em andamento novo concurso e também a conclusão do concurso da Polícia Civil. Temos demanda judicial para conseguir liberar a instalação das câmeras de videomonitoramento que é um ganho bastante importante em várias cidades de SC. As câmeras já estão compradas e o problema é uma questão de fibra ótica de empresas, que uma contesta a outra e a sociedade fica no prejuízo.
Como o senhor avalia o posicionamento do vice-governador (a respeito da violência em Criciúma)?
Não gostaria de comentar a declaração do vice-governador e ele está fora. Conversei só por telefone, vamos ter uma conversa pessoal, eu desejo é que a gente some forças e faça o melhor trabalho à sociedade que é o que se esperam de todos nós.
Quanto tempo vai durar a operação?
É uma operação sigilosa, não posso dar detalhes, ela se alonga por mais tempo.
Como o senhor avalia o cenário estadual, pois há outras cidades que reivindicam mais segurança?
Colocamos agora em março 358 policiais, os indicadores de violência no Brasil são cada vez piores. Santa Catarina é o estado menos violento, mas existe violência e ela se apresenta todos os dias. Então temos que aumentar nossa força policial para garantir tranquilidade à população e esse é o nosso esforço. Nenhum governo em nenhum tempo contratou tantos policiais quanto nós. O problema é que pegamos um pico de saída elevado e temos que continuar esse esforço de contratar e qualificar ainda mais a nossa equipe com tecnologia.
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