Após ser cobrado pela família do estudante de medicina morto por um policial militar, o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, fez sua primeira manifestação pública na noite dessa quinta-feira (21), em suas redes sociais. No post, Tarcísio diz que “abusos nunca vão ser tolerados e serão severamente punidos”. As informações são do g1.

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Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, foi morto com um tiro à queima-roupa por um policial na madrugada de quarta-feira (20) em hotel na Zona Sul de São Paulo. A morte foi registrada por uma câmera de segurança do estabelecimento. Os PMs Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado, envolvidos na ocorrência, foram afastados de suas funções até o final das investigações.

A família do estudante tem feito diversas críticas à atuação da polícia no episódio. “O que justifica matar um menino de 22 anos, caído, e que ainda está sem camiseta, que não tem onde ocultar uma arma? O que está acontecendo com a polícia brasileira”, questionou a mãe, Silvia Mônica Cardenas Prado.

Em seu post, o governador escreveu ainda que “essa não é a conduta que a polícia do Estado de São Paulo deve ter com nenhum cidadão, sob nenhuma circunstância”.

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Ele ainda acrescentou que “a Polícia Militar é uma instituição de quase 200 anos, é uma polícia mais preparada do país e está nas ruas para proteger”.

Mortes pela PM em SP aumentam 46% em 2024

As mortes cometidas pela Polícia Militar (PM) no estado de São Paulo aumentaram 46% até 17 de novembro deste ano, se comparado com 2023, segundo dados do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial, do Ministério Público.

De janeiro a 17 de novembro de 2024, 673 indivíduos foram mortos por policiais militares, contra 460 nos 12 meses de 2023. Dessas 673 mortes, 577 foram praticadas por policiais em serviço, ou seja enquanto trabalhavam, as outras 96 foram feitas por policias de folga.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que “todos os casos de morte decorrente de intervenção policial que ocorrem em São Paulo são rigorosamente investigados pelas forças de segurança, com acompanhamento das respectivas Corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário”.

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Este é o segundo ano consecutivo de aumento nas mortes praticadas pela PM. Tanto nesse ano quanto no ano passado, a Polícia Militar realizou operações na Baixada Santista consideradas as mais letais desde o massacre do Carandiru, com 56 mortos, em 2024, e 28, em 2023.

Em 2022, sob gestão do governador Rodrigo Garcia (DEM), com a ampliação do programa Olho Vivo, que consiste na utilização de câmeras corporais nos uniformes dos agentes de segurança pública, o estado de São Paulo registrou o menor número de mortes por PMs em serviço na história.

Antes de assumir o governo do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos) já dava sinais de que não iria ampliar o programa das câmeras, o governador criticou a prática do uso de câmera em uniforme em 2022. Ao tomar posse do cargo, em 2023, confirmou que não adquiriu novas câmeras mesmo com orçamento disponível.

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