O governador cristão de Jacarta começou a ser julgado nesta terça-feira por um tribunal da capital indonésia em um caso que provocou polêmica no país muçulmano e grandes manifestações de partidários de uma linha dura do Islã.

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Basuki Thahaja Purnama, conhecido como Ahok – primeiro governador cristão da capital do país em mais de 50 anos -, é acusado de blasfêmia, crime que pode resultar em uma condenação de até cinco anos de prisão.

Dezenas de islamitas partidários de uma linha dura protestaram do lado de fora do tribunal para pedir a prisão do governador. O julgamento acontece em meio a um grande esquema de segurança e é transmitido ao vivo pela TV.

Thahaja Purnama gerou uma onda de repúdio no país muçulmano de maior população do mundo por declarações polêmicas sobre o Islã em plena campanha para tentar a reeleição, em fevereiro de 2017.

Procedente de duas minorias – cristã e chinesa – Ahok afirmou no fim de setembro que as interpretações por determinados ulemás (teólogos muçulmanos) de um versículo do Alcorão, segundo o qual um muçulmano só pode votar em outro muçulmano, estavam equivocadas.

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O caso é considerado por vários analistas um teste sobre a tolerância religiosa na Indonésia, país do sudeste asiático cuja reputação de pluralismo diminuiu com o recente aumento de ataques contra minorias, sobretudo cristãs.

Após a polêmica provocada por suas palavras, o governador pediu desculpas, mas não conseguiu acalmar os ânimos e em novembro foi formalmente acusado de blasfêmia.

rws/fp