Gordura no fígado, ou esteatose hepática, é uma doença relativamente comum, sem sintomas aparentes, mas que pode evoluir para hepatite e cirrose. De 10% a 24% da população em geral apresenta riscos de desenvolver a doença, com percentuais variando de país para país. No Brasil, esse índice é estimado em 20%. Para diagnosticar a doença, exames de ressonância magnética vêm sendo usados recentemente.

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– Foram necessários sucessivos aperfeiçoamentos técnicos para que fosse possível medir a fração de sinal de gordura hepática com o auxílio da ressonância magnética, criando mapas anatômicos com o auxílio de software. Hoje conseguimos fazer um acompanhamento quantitativo e objetivo da resposta do paciente ao tratamento, o que representa importante avanço – afirma Márcio Sarmento, médico radiologista do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo.

Entre os fatores de risco que predispõem ao acúmulo de gordura no fígado, os mais frequentes são obesidade, má nutrição, taxa alta de triglicérides e colesterol no sangue, síndrome metabólica, cirurgia de redução de estômago e diabetes tipo 2 – além de contato prolongado com pesticidas.

O tratamento se concentra fundamentalmente na redução dos fatores de risco. Portanto, vale a pena consultar um médico em casos de perda súbita de peso, fadiga em excesso e dor no lado direito, logo acima do abdome.

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Sarmento explica que a melhor maneira na detecção e quantificação da gordura no fígado continua sendo a biópsia hepática.

– Por ser um método invasivo, a biópsia hepática não é a mais adequada para rastreamento e monitoramento terapêutico dos pacientes. A ultrassonografia, por sua vez, apresenta excelente sensibilidade, mas não é um método quantitativo. Já a tomografia tem o inconveniente da radiação e de ter menor sensibilidade para casos leves e moderados. Daí a fundamental importância da ressonância magnética para o diagnóstico e acompanhamento da esteatose hepática não alcoólica – afirma o médico.

Na opinião dele, a esteatose hepática é um problema de saúde pública.

– Sendo uma condição potencialmente reversível, é imperativo o incentivo à pesquisa por novos métodos de rastreamento e avaliação de sua severidade.

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