Quando o assunto é interinidade no Criciúma, ninguém melhor do que o técnico Luiz Gonzaga Milioli para falar sobre o assunto. Com carreira feita na base do Tigre, o treinador de 63 anos já viveu o céu e o inferno na condição de interino tricolor.

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Dirigiu o time campeão estadual em 1995 e pegou o barco afundando na Série B em 2008, que culminou como rebaixamento para a Série C. Amigo do atual interino do Tigre, Silvio Criciúma, Gonzaga Milioli revela que apostaria na efetivação do seu ex-zagueiro e inclusive dá conselhos.

Diário Catarinense – Quantas vezes você foi interino no Criciúma e como você avalia suas passagens?

Gonzaga Milioli – Acho que umas nove vezes, mas em todas, eu fui bem. Na última vez, em 2008, quando peguei aquele time com Jardel, Luis Mário e companhia, foram apenas quatro jogos. Na ocasião, disse para a direção que não conseguiria tirar o time daquela situação, eles entenderam, mas não poderia dizer isso para vocês da imprensa.

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DC – Então, o respaldo da direção é importantíssimo para o trabalho do interino?

Milioli – Com certeza, a pressão é grande, até porque sempre criava aquela situação difícil no clube, quando chegava algum novo profissional, de que você está ali por perto. Mas tem o lado da direção também, que sofre críticas. Se o interino for mal, vão dizer que deixou de trazer um treinador de gabarito. Mas o futebol é assim: perdeu, tu é ruim. Ganhou, está tudo bem. O Criciúma tem condições de trazer um treinador mais caro, mas o Silvio pode resolver o problema.

DC – Você entende que o Silvio Criciúma tem muito a fazer na equipe ou pode ser a continuidade do trabalho do Vadão, demitido mais pelos resultados do que pelos métodos?

Milioli – O Silvio tem quase a mesma característica do Vadão. É calmo, tranquilo e sereno, embora a imprensa e o torcedor goste mais daquele tipo de treinador maestro, que fica gesticulando, gritando na beira do campo. Só que o Silvio tem o fato de ser da casa e tem mudado algumas coisas, inclusive internamente (Kléber Medeiros, o fisiologista, foi efetivado como preparador físico). O problema do Criciúma é que trouxe muitos jogadores que estavam parados.

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DC – Se o Silvio lhe pedisse um conselho sobre ser efetivado ou não, o que você diria para ele?

Milioli – Ele não deveria tomar o mesmo rumo que eu tomei, voltando para a base porque tinha algumas garantias (como funcionário). Deixei de pegar times no interior do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e acabei ficando muito identificado com o clube. Se ele deseja ser treinador, tem que seguir em frente.