A arte de contar histórias reais no cinema virou característica do cineasta Breno Silveira desde que, em 2005, este transformou a história da dupla Zezé DiCamargo e Luciano em sucesso na telona. Agora, Breno busca outra história fascinante da música nacional ao retratar em “Gonzaga: de Pai para Filho”, a vida de dois ícones da música popular brasileira. O filme estreia com atraso em Joinville – chegou aos cinemas brasileiros em 26 de outubro – mas vem com a expectativa criada pelo sucesso que já levou mais de 1 milhão de espectadores ao cinema.

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A trajetória de pai e filho se confundem com a do Brasil no século 20. Luiz Gonzaga, conhecido popularmente como o “Rei do Baião” e criador de clássicos como “Asa Branca”, nasceu em 1912 numa casa de chão batido no interior do Recife, fugiu aos 18 anos ameaçado de morte por namorar a filha do coronel e foi parar no Rio de Janeiro depois de servir o exército até decidir se dedicar totalmente à música. Foi lá que conheceu a mãe de Gonzaguinha, que teve um destino parecido: foi expulsa de casa depois de engravidar e Gonzaga assumiu o menino.

A relação conturbada entre os dois durou a vida inteira e é esta a problemática principal da obra que Breno Silveira levou ao cinema. Da mesma forma que “Dois Filhos de Francisco” era muito mais do que uma cinebiografia da dupla sertaneja, “Gonzaga: de Pai para Filho” é a história de amor entre Gonzagão e Gonzaguinha.

Para retratá-la, seis atores entram em cena, assumindo os personagens em diferentes fases da vida e, assim, passando também por todas as décadas do século passado. Enquanto Gonzaga buscava ser um exemplo de moralidade e chegou a ser maçom no fim da vida, o filho se torna um garoto rebelde na adolescência e vira músico de protesto, é censurado e preso pelo Dops nos anos 1960.

O reencontro entre pai e filho pouco antes da morte de ambos (Gonzaga foi vítima de uma parada cardiorrespiratória em 1989 e Gonzaguinha morreu em um acidente de automóvel em 1991) é o fio condutor da história e mostra que, de uma forma ou de outra, os dois buscavam o retorno às origens – fossem estas o sertão ou a própria identidade.

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Confira os trailers das estreias do cinema em Joinville no blog Câmera AN