Outra estreia de peso é Gonzaga – De Pai pra Filho, que refaz a trajetória de Luiz Gonzaga, pernambucano que virou a própria expressão da alma e da identidade brasileiras. O artista ganha três intérpretes no filme de Breno Silveira: Land Vieira, o mais jovem, Chambinho do Acordeão, o intermediário, e Adélio Lima, o mais velho.
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Os atores são tão perfeitos que você será capaz de jurar que o velho Gonzaga fugiu de algum túnel de tempo para comparecer à própria festa. A semelhança nem é tanto física. A identidade maior é de temperamento. Está no gesto, na música. Cada um tem seu grande momento em cena – Chambinho tem cenas memoráveis, Adélio é insuperável quando Júlio Andrade, como o filho, Luiz Gonzaga do Nascimento Jr., o Gonzaguinha, lhe atira na cara que está por baixo. “Você não tem o direito de me humilhar assim”, ele diz, e você sente a dor.
Com sua sanfona, Luiz Gonzaga, o rei do baião, cantou o Brasil, colocou seu amor na voz. Mas Gonzagão, como era chamado, tão amoroso do povo, teve uma difícil relação com o filho, que também deu voz e cara ao país. Gonzaguinha o fez num outro contexto, sob a ditadura militar, da qual o pai, num determinado momento, se arriscava a ser o bufão. Breno Silveira ama as histórias de pais e filhos, basta lembrar o fenômeno 2 Filhos de Francisco e À Beira do Caminho. Há expectativa de que Gonzaga – De Pai pra Filho venha a ser outro filme-rio, no qual deságue a emoção do público brasileiro.
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