O golpe do aluguel de temporada é uma prática que tem se tornado cada vez mais comum. A maioria dos casos começa em anúncios na internet e sites de classificados. As vítimas fecharam o negócio sem ir antes à casa ou ao apartamento, e sem ficar frente a frente com a pessoa que estava supostamente alugando o imóvel. Assim, caíram na conversa dos golpistas. Os casos foram apresentados pelo repórter Pedro Rockenbach no Fantástico deste último domingo.

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— Faço o contrato, registrado em cartório, e envio. Aí, faz o depósito de 50 por cento e 50 por cento na entrada do apartamento. Ou, se for à vista, 10 por cento de desconto. É assim que eu faço — diz um dos golpistas.

Ele negociava com a família Fonseca, que são um casal e mais 10 parentes. Moradores de Concórdia, no Oeste catarinense, eles queriam ir para Itapema, no Litoral Norte, percorrendo mais de 500 quilômetros de distância.

A família achou o anúncio de um apartamento com churrasqueira na varanda e vista para o mar, pagando um inicial de mil reais. Porém, eles perderam o dinheiro. O anúncio era falso: o apartamento até existia mas não estava sendo alugado.

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— Fiquei indignada pelo caráter da pessoa. Nós, que somos da cidade pequena, a gente não tem essa maldade, de estar passando a perna nos outros — lamenta Maraísa Tavares de Jesus.

O casal teve que passar as férias na casa de parentes, em Florianópolis, sem aquela alegria tão sonhada.

— Pra esse ano, foi adiado. No próximo, a gente vai ter mais cuidado, a gente vai pesquisar mais — afirma Fabiano Fonseca.

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Outro golpe foi aplicado com uma família de Londrina, no Paraná. A casa prometida no anúncio também era em Itapema. Eles vieram para o Estado em 3 carros, após mais de 9 horas de viagem.

— A gente tava em 9 adultos, 5 adolescentes e 5 crianças pequenas. Todo mundo cansado, com fome, doido pra tomar um banho, as crianças já enjoadinha e fazer o quê? Tivemos que procurar outra casa — explica Camila Riviliy.

A verdadeira dona do imóvel, Kátia Cubas, disse que a casa nunca esteve para alugar na internet. “Nunca, nunca. É uma situação desagradável, bastante desagradável”.

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Segundo a polícia, os golpes do aluguel de temporada aumentaram muito este ano em Itapema, principalmente por causa de Toni Oliveira, que fez pelo menos sete vítimas em uma semana segundo as investigações. Ele foi preso em dezembro de 2017 e para o seu advogado não há provas contundentes no processo.

— O prejuízo mais alto até agora foi de uma vítima que foi de 12 mil reais que ela perdeu nesse golpe — afirma a delegada Grace Closs.

Toni agia igual aos golpistas que enganaram essas duas famílias: mandando contratos de locação. Entretanto, eram todos falsos.

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— Não tem mais o que fazer, né? Não sabe quem é, onde mora, da onde que é, nada, nada, nada — lamenta Fabiano Fonseca.

Veja a reportagem completa do Fantástico, que detalha golpes realizados em outros locais como Guarujá, Fortaleza e até Paris