Em dois anos, a quantidade de vítimas de golpes estelionatários em Blumenau e região praticamente quadruplicou, saltando de 1.228 casos para 4.902. A maioria dos episódios ocorreu pela internet. São moradores que tiveram o WhatsApp ou cartão de crédito clonados, que caíram em armadilhas de anúncios de compra e venda de veículos e produtos online, entre outros. Para a Segurança Pública do Estado (SSP), a pandemia do coronavírus contribuiu para o aumento nos números.
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O levantamento foi feito pela SSP a pedido do Santa. Entre janeiro e setembro de 2019, 1.228 cidadãos de Blumenau, Gaspar, Pomerode e Timbó caíram em golpes. Neste ano, no mesmo período, foram 4.902; 3.300 apenas em Blumenau. Ou seja, todos os dias 12 blumenauenses são vítimas de estelionatários.
Para o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Marcos Flávio Ghizoni Júnior, esse crescimento no número de delitos durante a pandemia pode ter tido a contribuição do isolamento social feito para prevenção da doença. Com menos oportunidades de aplicar os golpes nas ruas, os criminosos “diversificaram” a maneira de agir, utilizando a internet como instrumento.
— Essa é a nossa maior preocupação, porque o crime migra do mundo real para o mundo virtual, alcançando um maior número de vítimas — avalia o delegado-geral.
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Golpes em Blumenau e região

Informação é a chave
Com o aumento no período pandêmico, o Governo do Estado lançou em agosto uma campanha de prevenção chamada “Desconfie sempre, não caia em golpes”. Depois da publicação, conforme a SSP, houve uma redução de 28% nos casos diários. Para a Secretaria, o conhecimento é essencial para evitar novas ocorrências.
“Os dados são analisados todas as semanas pelo Colegiado Superior de Segurança Pública e Perícia Oficial de SC e, para esse crime, segundo pesquisa da Diretoria de Inteligência e Estatística, 97% deles não teriam ocorrido se a vítima tivesse algum conhecimento sobre os golpes”, escreveu a instituição.
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O mesmo estudo mostrou que os golpes mais recorrentes em cidades catarinenses, como Blumenau e região, continuam sendo: clonagem do whatsapp, anúncio de compra e venda de veículos, duplicação de perfil de whatsapp, compras pela internet de maneira geral, falso empréstimo, clonagem de cartão e anúncio de imóveis.
Confira a cartilha com informações sobre os golpes mais comuns e dicas de prevenção aqui. Veja, abaixo, alguns deles:
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Golpe do WhatsApp
Os criminosos vinculam uma imagem de perfil da vítima, geralmente retirada do próprio perfil de WhatsApp ou redes sociais. Com uma conta falsa, eles se passam por ela e solicitam dinheiro para amigos, familiares e conhecidos.
Como prevenir?
Ajuste nas configurações do WhatsApp para que apenas os contatos salvos possam ver a foto do perfil. Desconfie quando algum conhecido pedir dinheiro com um número “novo”.
No caso da clonagem do número, diferente da farsa acima, o golpista solicita à vítima que informe seus dados pessoais e um código de 6 dígitos que receberá no telefone. Os pretextos para esse pedido variam, mas normalmente o criminoso se passa por funcionário de algum site de anúncios.
Esse código, na verdade, é uma verificação do WhatsApp, ou seja, a partir do fornecimento dessa chave o golpista desviará o WhatsApp da vítima para o aplicativo dele. Nesse caso a vítima perde o acesso ao aplicativo de mensagens. Ele então passa a pedir dinheiro aos contatos da pessoa.
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Uma das formas de prevenção é ativar a confirmação em duas etapas, veja aqui como fazer.
Sorteio falso
Através de mensagens, os criminosos dizem que a vítima ganhou alguma promoção, sorteio ou auxílio emergencial. Ou ainda: encaminham algum alerta dizendo que ocorreu uma operação indevida na conta dela. Ao acionar o link, a pessoa é redirecionada para sites falsos de cadastros ou baixa automaticamente aplicativos maliciosos no telefone, todos com objetivo de obter informações pessoais.
Como prevenir?
Sempre suspeite de links enviados por mensagem o WhatsApp. Na dúvida, entre em contato com o banco ou outro canal confiável de informação.
Golpe do falso sequestro
Os criminosos ligam para a vítima se passando por algum familiar. Com voz de choro, o suposto familiar diz que foi sequestrado e que os criminosos vão tirar a sua vida caso ele não pague certa quantia.
O que fazer?
Desligue o telefone e tente contato com o familiar em questão. Peça ajuda de conhecidos se o nervosismo bater ou acione a polícia.
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O que é estelionato?
O Código Penal tipifica o estelionato como “obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”. Ou seja, diferente da extorsão, não há ameaça à vítima, já que o dinheiro é conquistado por alguma fraude. A pena é de um a cinco anos de reclusão, além de multa.
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