Apesar de o rosto de cada pessoa ser único, criminosos estão conseguindo burlar o reconhecimento facial em aparelhos tecnológicos e fazendo transferências bancárias ao usar o rosto da vítima como senha de desbloqueio. A manobra, conhecida como “golpe da cara falsa”, motivou a empresa de segurança Kaspersky a emitir um comunicado sobre o assunto, demonstrando que o sistema de reconhecimento não é uma prática tão segura como todos pensam.

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Ao ter acesso a fotos em alta qualidade da vítima, sejam elas tiradas presencialmente ou extraídas de postagens em redes sociais, os criminosos conseguem imprimi-las e aplicá-las sobre a cabeça de um manequim, obtendo assim um “rosto falso” da pessoa.

No início deste ano, a Polícia Civil do Paraná emitiu um alerta para a população do Estado sobre o aumento desse crime na região. Na ocasião, golpistas fingiam entregar um presente para a vítima com o intuito de tirar uma foto dela e, posteriormente, utilizá-la para fins golpistas.

Como se proteger do “golpe da cara falsa”?

Apesar de o recurso de reconhecimento facial facilitar a vida do usuário no momento de desbloquear o celular, preencher senhas automaticamente e acessar aplicativos bancários, há outra funcionalidade do aparelho que possibilita os mesmos benefícios com riscos bem menores: a biometria.

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Assim como no caso do rosto, ela não corre o risco de ser esquecida pelo usuário. No entanto, embora ainda traga riscos, é mais difícil de ser burlada se comparada com o reconhecimento facial.

É importante frisar que, para evitar um ser uma vítima, é necessário que a biometria não seja a única forma de entrar em seu aparelho ou sua conta comenta Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina.

Ela facilita no dia a dia, mas a facilidade é inimiga da segurança. Além da biometria, prefira também outra etapa de segurança para complementar, seja com uma senha digitada ou outra biometria disponível. Um dispositivo seguro não é o mais fácil de ser acessado, mas aquele que possui mais camadas de segurança antes do acesso.

Uma possibilidade mais segura ainda é o uso do PIN de seis dígitos ou senhas para o desbloqueio. É importante lembrar, porém, de evitar a repetição da mesma palavra-chave para diferentes serviços e utilizar senhas fortes.

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Outro mecanismo de segurança essencial para evitar golpes é a autenticação de dois fatores. Ao utilizá-la, o usuário dificulta o acesso de suas contas por terceiros, sem que ele seja notificado e aprove a ação.

*Por João Coelho, Estadão Conteúdo.

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