Ao menos 30 pirâmides financeiras estão ativas no Brasil, de acordo com Jurandir Sell, doutor em Finanças Comportamentais. Diante da promessa de rendimentos acima do mercado, muita gente entra no esquema, perde dinheiro e acaba endividado.
Continua depois da publicidade
— As pirâmides financeiras começam com Charles Ponzi na década de 20 nos Estados Unidos. Ponzi inventou um mecanismo em que quem entrava e fazia uma aplicação financeira acabava recebendo dinheiro de quem estava entrando, por isso que se chama pirâmide. Eles prometem rendimentos de um por cento e meio ao dia, de dobrar Capital em cinco meses, e muita gente de boa-fé acaba acreditando nesse absurdo. Eu tenho um amigo que entrou em mais de 30 pirâmides financeiras no Brasil. Isso acontece sempre que a taxa de juro cai muito. Se alguém oferecer rendimento muito alto, sem risco, caia fora: isso é pirâmide financeira — alerta Sell
Quando os ganhos de um investidor vêm da entrada de novas pessoas, chega um momento em que a pirâmide não se sustenta. A afirmação é um consenso entre especialistas. Para que alguém ganhe é preciso que outras pessoas entrem com dinheiro. O rendimento então não vem da venda de um produto ou serviço, vem da adesão de cada vez mais gente. Só que uma hora vai ficar impossível trazer mais pessoas, e o resultado é que quem entrar por último, se dá mal.
Na Grande Florianópolis, um usuário que preferiu não se identificar relatou ter investido R$ 100 com a promessa de ganhar 100% em seis meses. No caso da indicação de outro participante, ele ganharia 10% do valor investido, que pode chegar a R$ 50 mil. Questionado sobre a possibilidade de perder tudo, ele disse que prefere apostar nos ganhos
Ouça a reportagem de Juliana Gomes, com mais alertas de Jurandir Sell, inclusive sobre pirâmides que envolvem moedas virtuais.
Continua depois da publicidade