As duas maiores empresas aéreas brasileiras tiveram em 2008 um desempenho nunca visto – juntas, somaram um prejuízo de R$ 2,74 bilhões (R$ 1,38 bilhão da Gol e R$ 1,36 bilhão da TAM). As duas sofreram com o impacto da desvalorização cambial sobre os ativos e sobre as dívidas em dólar.
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A TAM ainda teve de contabilizar perdas com operações de hedge para combustível. Mas, apesar de aparentemente quase idênticos no prejuízo, os balanços trazem uma diferença fundamental. Na operação propriamente dita, a TAM teve lucro de R$ 688 milhões, enquanto a Gol registrou um prejuízo de R$ 88,6 milhões.
Para o mercado, esses números ilustram um cenário que mudou muito nos últimos quatro anos. Desde 2005, a Gol passou da euforia de ser a sensação do setor aéreo e do mercado de capitais, com o seu inovador conceito de custos e tarifas baixas no país, para a frustração de valer um décimo do seu valor de mercado. Se naquela época a Gol era avaliada em R$ 13 bilhões, o dobro dos R$ 6,4 bilhões da TAM, o preço em bolsa da Gol desabou para algo em torno de R$ 1,4 bilhão, ou dois terços do valor atual da TAM, de cerca de R$ 2,1 bilhões.