A Gol Linhas Aéreas descartou a possibilidade de reverter as demissões de trabalhadores e a extinção da Webjet, empresa adquirida recentemente pelo grupo. Apesar disso, o presidente da companhia aérea, Paulo Sérgio Kakinoff, disse “não haver previsão” de novas demisões além das já anunciadas.

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O executivo se reuniu nesta quarta-feira com o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, Wagner Bittencourt, para discutir o assunto. Durante a reunião, Kakinoff apresentou ao ministro as justificativas para a redução do quadro de funcionários e do encerramento da empresa adquirida.

– Com aviões 737-300, que consomem em média 28% a mais de combustível em relação aos 737-800 que operam pela Gol, a Webjet tinha aeronaves inviáveis do ponto de vista econômico, considerando que o atual preço do combustível representa 45% dos custos da aviação. Por isso, tomamos a decisão de não mais operar com esses equipamentos que compunham majoritariamente a frota da Webjet” – disse Kakinoff.

Segundo o executivo, a Gol opera atualmente com 70% de sua capacidade. Com a aquisição da nova empresa, a expectativa é ampliar a capacidade para 76%.

– Isso nos permite absorver a malha da Webjet, com a nossa estrutura e frota e mitigar parte dos custos excessivos que estão fazendo com que, em 2012, o setor tenha seu pior ano em resultado operacional e financeiro – afirmou Kakinoff, ao informar o prejuízo de R$ 1 bilhão no ano, registrado pela empresa.

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Apesar disso, garantiu, a empresa tem condições de, “com a estrutura da Gol e sem qualquer tipo de transtorno, absorver os voos, os passageiros e também os colaboradores que eram responsáveis pelas atividades de aeroportos”. A Gol trabalhará com uma margem de 14 pontos percentuais de capacidade ociosa a ser ocupada, para chegar a 90% da capacidade disponível.

– Não há a possibilidade de revertermos essa decisão de encerramento, uma vez que ela está ligada ao aspecto técnico de não trabalharmos com aviões com 21 anos de uso e que – comparados aos da frota da Gol que têm, em média, seis anos de utilização – consomem 30% a mais de combustível – acrescentouo executivo.

Kakinoff explicou que esse tipo de gasto é o principal fator da composição de custos da empresa. A desoneração da folha de pagamento, afirmou, não foi pauta da reunião com o ministro Bittencourt.

– O governo sabe do atual cenário do setor aeronáutico. São dados públicos. Essa desoneração, no caso da Gol, teria impacto positivo de aproximadamente R$ 90 milhões no ano. Simultanemamente, só os reajustes nas tarifas aeroportuárias representam aumento de R$ 140 milhões nos custos – disse.

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O efeito das duas ações combinadas, segundo Kakinoff, adiciona um custo de R$ 50 milhões para a companhia em relação à operação deste ano.