Não foram somente três pontos que, em uma rodada favorável, sedimentam mais ainda o caminho do Avaí rumo à Série A. Foi uma vitória com cara e cheiro de elite pela forma como o gol foi feito: Renato operou uma obra de arte.
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Com uma bicicleta, garantiu o gol e a vitória. A nação azul já vibra e sente aquela magia que toma conta da Ressacada em arrancadas históricas do Leão.
O Avaí não foge do roteiro que promete levá-lo de volta à Série A: vitórias em casa na sua fortaleza inexpugnável, a Ressacada.
Com coragem e determinação, e a raça avaiana, é claro, o time colhe mais três pontos após o 1 a 0 diante do Paraná, e firma posição dentro do G-4. Está em terceiro lugar, colado no Vasco com os mesmos 58 pontos, e, o mais importante, com quatro pontos de vantagem em relação ao quinto colocado, o Náutico.
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Isso porque alguns resultados paralelos ajudaram: apesar da vitória do Bahia sobre o Vila Nova fora de casa, o Náutico perdeu para o CRB e o Vasco caiu diante do Brasil.
Restam quatro desafios, dois fora de casa, dois dentro deste palco azule e sagrado, que ferve com uma torcida apaixonada, que joga junto e serve como 12º jogador.
Nos próximos jogos, ossos duros: contra o Oeste fora, dificuldades porque o time paulista precisa dos pontos para evitar o rebaixamento; contra o Náutico, em casa, um adversário direto pelo acesso; diante do Londrina, no Paraná, outro rival pelo G-4.
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Se passar bem por todas estas provações (e ainda não tiver garantido o acesso de forma antecipada), a decisão em casa será provavelmente diante de um Brasil já sem pretensões na competição (ou vivo se fizer campanha impecável).
Claudinei Oliveira, pressionado por perder seus dois principais atacantes por lesão (William e Lucas Coelho), montou um time somente com Romulo à frente. O restante da equipe tinha um meio recheado para encarar os paranaenses.
O técnico avaiano, aliás, conhecia o adversário, pois já treinou o tricolor paranista nesta temporada. E viu seu inimigo íntimoincomodar no primeiro tempo.
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Tanto o Leão quanto o Tricolor alternavam momentos de domínio, até com chegadas mais perigosas dos visitantes, excetuando um belo arremate de Romulo, de fora da área, aos 27 do primeiro tempo, exigindo ótima defesa de Marcos; e aos 38 minutos, uma cobrança de falta da intermediária, de Marquinhos, que passou muito perto da meta.
O segundo tempo ameaçava ser parecido com o primeiro, monótono. Até os deuses do futebol agirem com a benção de Nossa Senhora da Ressacada. Porque o gol do Avaí, aos 7 minutos, marcado por Renanto não foi só um gol.
Renato, certamente abalado psicologicamente por ter perdido a irmão recentemente, optou por jogar.
E, quando Diego Jardel fez um cruzamento para a área, Renato mostrou todo profissionalismo e arte com uma bicicleta com endereço perfeito. A bola foi para a rede e a comemoração mereceu como palco o novo símbolo avaiano que agora voltou a ornar o estádio.
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– Agradeço a Deus e a todos que me ajudaram até aqui, foi sensacional. Tive a infelicidade da morte de minha irmã, fui a Maceió, treinei só um dia, mas a torcida foi maravilhosa, me ajudou muito – resumiu Renato.
FICHA TÉCNICA
AVAÍ 1
Renan; Alemão, Fábio Sanches, Betão, Capa (a); Judson, João Filipe, Renato (A), Diego Jardel (A) (Vitor) e Marquinhos (Caio Cesar); Romulo (Tatá). Técnico: Claudinei Oliveira.
PARANÁ 0
Marcos; Leandro Silva (V), João Paulo, Pitty (A) e Rafael Carioca (a); Anderson Uchôa, Diego Tavares (Yan Phillippe), Wellington Reis (Paulinho) e Nadson; Lúcio Flávio (A) e Murilo Rangel. Técnico: Roberto Fernandes.
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Gol: Renato, aos 7 do segundo tempo
Arbitragem: Luiz César de Oliveira Magalhães (CE, auxiliado por Marcione Mardonio da Silva Ribeiro (CE) e Armando Lopes de Sousa (CE)
Renda e Público: R$ 149.276,00 (11.502 pagantes)
Local: Ressacada, Florianópolis