A vitória por 1 a 0 sobre o Sport, sábado, na Ilha do Retiro, em Recife, serviu para resgatar algumas coisas que estavam meio esquecidas no Figueirense. Os números provam isso. O time não vencia no Brasileiro há 84 dias ou 14 jogos. Só tinha conseguido derrotar o Náutico, o outro time pernambucano, na partida de estreia na competição. Mas não foi apenas o clube que conseguiu dar um sinal de vida para o torcedor alvinegro, tão angustiado pelos tropeços seguidos.
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O atacante Aloisio também mostrou que pode ajudar na recuperação e fazer os gols que a equipe tanto precisa para sair da zona de rebaixamento. O gol que ele fez diante do Náutico já tirou o Furacão da lanterna. Sinal de que dias melhores poderão vir daqui para a frente. E Aloisio pode contribuir decisivamente. Confira a entrevista dada pelo atacante ao Diário Catarinense, ontem à tarde, do apartamento em que mora, na Capital. De forma bem tranquila, ele falou sobre a importância do gol que marcou, da sequência negativa do time na Série A e do peso que tirou das costas após o triunfo conquistado em solo pernambucano.
Para ele, o Figueirense dará início agora a uma nova fase, quem sabe de muitas vitórias, como ocorreu no ano passado. É bom ficar alerta porque quando o Boi Bandido promete – apelido dado a ele pela força e dedicação mostrada dentro de campo -, tudo pode acontecer.
Tirei um peso das minhas costas”
Diário Catarinense – A sequência de maus resultados no Brasileiro deixou o time sob forte pressão e você fez parte disto. Que importância teve o gol marcado contra o Sport e pôs fim à série?
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Aloisio – Foi muito importante. Eu vinha numa fase ruim e, não só eu, mas o time precisava da vitória. Serviu para dar mais moral e levantar a autoestima porque as coisas não estavam acontecendo como a gente queria.
DC – Você foi um dos jogadores mais cobrados. Como conseguiu deixar o momento ruim e dar a volta?
Aloisio – Procurei ficar tranquilo e mais centrado, analisar as coisas que vinha fazendo errado para quando tivesse outra oportunidade pudesse acertar. Errar faz parte do futebol. Tive algumas chances, criei bastante também e, contra o Sport, fui feliz ao fazer o gol. Espero que a situação mude daqui para frente e isso não aconteça mais com o Figueirense.
DC – Com qual sentimento você deixou o campo após o jogo?
Aloisio – Me senti aliviado. Com a bola rolando, estava tenso porque tínhamos de ganhar, não importava quem fizesse o gol. O importante era a vitória. Graças a Deus tirei um peso das minhas costas e dos meus companheiros também. Pode ser um recomeço no campeonato.
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DC – O peso que o time carregava era muito grande?
Aloisio – Estava bem pesado. Carregávamos o peso da cobrança de uma torcida, da história de um clube e a gente tentando sair desta situação. Acho que agora as coisas vão mudar, se Deus quiser.
DC – Após um longo jejum de vitórias, você acha que o time pode dar início a uma nova fase?
Aloisio – Acho que sim. No ano passado, ficamos 14 partidas sem perder, então, essas dificuldades que passamos podem nos levar a coisas positivas.
DC – O apoio do técnico Hélio dos Anjos foi determinante para a sua recuperação?
Aloisio – Foi sim, mas também não posso esquecer do Argel (Fucks, ex-treinador do Figueirense), que me ajudou bastante. Só fiquei triste porque eu não pude retribuir muito com ele (Argel). Agora, o Hélio é um cara sensacional, me deu moral. Ele é uma pessoa que me cobra e elogia quando precisa. A chegada dele ajudou a levantar a equipe. Juntos poderemos ir muito longe.
DC – Nos piores momentos, você se apoiou em quem?
Aloisio – Nos meus amigos de Florianópolis e Araranguá, na minha família, no meu empresário e nos meus companheiros, como o Julio Cesar e o Coutinho, pessoas com quem tenho mais intimidade. A gente tem de valorizar quem está do lado nas horas boas e ruins.
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DC – É verdade de que o grupo ficou dividido por causa da crise?
Aloisio – Não tem nada disso. Cada um sabe o que tem de fazer, somos fortes e podemos sair desta situação. Fora do vestiário, cada um tem a sua vida particular, cada um sabe o que faz, mas não tem nada de time rachado. Estamos mais unidos do que nunca.
DC – O Hélio dos Anjos já disse que você joga contra o Santos. É um estímulo a mais?
Aloisio – Para mim é a mesma coisa. Se eu não jogasse, continuaria trabalhando do mesmo jeito quando cheguei aqui no primeiro dia. É claro que é bom sabor que você vai jogar porque valoriza o seu trabalho, as coisas que você vem fazendo, mas, seu eu não jogar, vou continuar me esforçando para quando tiver oportunidade saiba aproveitar.
DC – Em algum momento você se sentiu abalado emocionalmente pelos erros?
Aloisio – Perder gols faz parte. Eu não fico nervoso quando erro, mas sim triste pela situação do time. Isso atrapalha e procuro virar a página. Não tenho porque levar adiante. Procuro pensar nas coisas boas que estão por vir.