A General Motors do Brasil prepara o projeto de um novo compacto, possível substituto do Celta, que deverá ter preço na faixa de R$ 25 mil. O modelo deve chegar ao mercado em dois a três anos e vai disputar mercado com o carro que a Fiat produzirá na fábrica em construção em Goiana (PE) e com o Up!, que a Volkswagen vai fazer em São Bernardo do Campo (SP).
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O novo compacto será desenvolvido no Brasil e atualmente é o projeto que mais toma tempo do departamento de engenharia da montadora.
– Não é fácil criar um produto com a limitação de custo que queremos – admite o presidente da GM América do Sul, Jaime Ardila.
O grupo espera a definição desse projeto para anunciar o novo plano de investimentos para os próximos cinco anos. O orçamento de R$ 5,3 bilhões anunciado para 2008 a 2012 já se esgotou. A GM não descarta uma nova fábrica, seja para aumentar a capacidade ou migrar parte da produção das unidades de São Caetano do Sul, São José dos Campos (SP) e Gravataí (RS).
– Tudo vai depender do comportamento do mercado, mas já avaliamos várias regiões como Pernambuco, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina – diz Ardila.
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A fábrica de São Caetano, no ABC Paulista, opera com capacidade total em três turnos (225 mil unidades ao ano). Produz os modelos Cobalt, Cruze, Spin e Classic. Segundo Ardila, o grupo avalia alternativas para ampliar a capacidade, como transferir algum veículo para a filial argentina e a produção de peças para a fábrica de Mogi das Cruzes (SP).
A unidade de Gravataí (RS), onde são feitos Celta e Onix, está em fase de ampliação de 240 mil para 350 mil unidades ao ano. Como opera em dois turnos, ainda há a possibilidade de criação de um terceiro. Já a de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, não vai mais produzir automóveis a partir de fevereiro de 2013. Atualmente, fabrica apenas o Classic.
Desde o fim da produção de Corsa, Meriva e Zafira, 940 funcionários estão em situação de “lay off” (suspensão temporária de contrato, válida até o fim de janeiro) e 900 operam na linha do Classic, que deverá ser concentrada em São Caetano ou na Argentina. “Não temos um novo produto para a fábrica de São José”, afirma Ardila.
Dos nove lançamentos da montadora, sete ocorreram este ano e cinco são veículos desenvolvidos no Brasil e considerados globais, diz Pedro Manuchakian, vice-presidente de engenharia da GM. Estão nessa lista Cobalt, nova S10, Trailblazer, Spin e Onix – este último feito em Gravataí e lançado há poucas semanas.
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O vice-presidente da GM, Marcos Munhoz, lembra que o mercado brasileiro “vai crescer três PIBs este ano”, ao referir-se às previsões de alta de 4,5% a 5% nas vendas de veículos, enquanto o Produto Interno Bruto deve ficar abaixo de 1,5%. A GM deve vender 650 mil veículos, 2,8% a mais do que em 2011.